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A GESTANTE DE ALTO RISCO E SUA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA UNIDADE TOCO GINECOLÓGICA

Natieli Cavalheiro Viero1 Ana Brondani2 Mariam Gonçalves3 Keity Laís S iepmann Soccol4 Tiago Santi5

INTRODUÇÃO: gravidez é um acontecimento natural, contudo um momento singular na vida de uma mulher, porém em gestações de alto risco deparam-se com fatores de risco ambientais, biológicos, psicossociais, clínicos, sócio-culturais e econômicos. Desfavorecendo assim a evolução da gravidez, aumentando a probabilidade de morbi- mortalidade materna e fetal(1). Deste modo a vivência de uma gravidez de alto risco diferencia-se pelo fato de ser um processo complexo. Esta experiência acaba envolvendo além do companheiro, a família e até mesmo a sociedade. Este evento envolve acima de tudo um contexto estressante pelo temor em relação à vida do filho e medo pela própria vida(2). Neste sentido a família desta gestante pode ser afetada pela sua hospitalização prolongada, pois leva a gestante a não receber o apoio necessário de seus familiares, o afastamento familiar pelo longo período de hospitalização ; necessidade da figura materna, preocupações com o aspecto financeiro, pela incerteza de poder criar seus filhos da forma como gostariam(3). Assim se a família da gestante for inserida no contexto de sua hospitalização, a gestante terá o apoio familiar e desta forma poderá dividir as responsabilidades de seu lar tornando -se mais seguras e animadas para o enfrentarem as complicações da gravidez de alto risco e também melhorando o convívio familiar. Desta forma somente o fato da mulher estar grávida significa mudanças físicas e psicológicas que por si só origina ansiedade, fantasias, temores e expectativas. Desta forma com o diagnóstico de uma doença que cause risco a gestação, gera sentimentos dos mais variados nesta mulher, pois, ao mesmo tempo que desejam te seus filhos entram em desespero ao perceberem os riscos para sua saúde vem aumentando(4). Somado as preocupações com a própria saúde a gestante de alto risco também tem a preocupação com a saúde de seu bebê pelo medo de que possa nascer com problemas graves ou mortos(3). Deste modo é necessário que o profissional compreenda quais as percepções da gestante sobre sua gravidez de risco, para que possa ajuda- la na superação dos obstáculos impostos pelo risco gestacional, através de uma assistência que vise a uma melhor qualidade de vida à gestante de risco. Assim auxiliara as gestantes à superar as complicações e uma melhor adesão às orientações e ao tratamento. Além disso o profissional deve ser um agente facilitador para o envolvimento familiar assim procurando sempre o envolvimento da figara do pai para dividir as responsabilidades com a gestante, promovendo assim, a humanização do cuidado(3). O interesse por esta

1 Relatora e Acadê mica do 7° s emes tre de Enfermage m da Un ivers idade Federal de Santa Maria - UFSM . Me mbro do Grupo de Pes quis a Trabalho, Saúde, Educação e Enfermage m na Linha de Pes quis a “Trabalho e ges tão em Enfermage m e s aúde”, Eixo te mático “Saúde do Trabalhador”, Santa Mar ia, RS. 2 Enfermeira da Unidade Toco -ginecológica do Hos pital Univers itário de Santa Maria.

3 Enfermeira. Profes s ora Subs tituta da Univers idade federal de Santa Maria .

4Acadêmica de Enfermagem do 7° s emes tre de Enfermage m da Univers idade Federal de Santa Maria. Bols is ta FIEX. Integrante do grupo de pes quis a PEFAS.

5 Acadêmico do 7° s emes tre de Enfermage m da Un ivers idade Federal de Santa Maria -UFSM. Me mbro do Grupo de Pes quis a Trabalho, Saúde, Educação e Enfermage m na Linha de Pes quis a “Trabalho e gestão em Enfe rmage m e s aúde”, Eixo te mático “ Saúde do Trabalhador”, Santa Maria , RS.

unidade surgiu a partir das aulas do 6º semestre além de ser uma unidade de referência regional para

gestantes de alto risco. Neste sentido, o motivo que possibilitou a aproximação destas usuárias e de seus familiares foi um programa da coordenação do curso de Enfermagem da Universidade federal de Santa Maria chamado Programa de formação complementar em Enfermagem (PROFECEN), em vigor desde 2009. Este tem por objetivo a realização de atividades de extensão que desenvolvam e aprimorem as competênc ias técnico-científicas, ético-políticas e sócio- educativas do enfermeiro(5). OBJETIVO: Relatar a experiência com gestantes de alto risco na unidade toco- ginecológica do Hospital Universitário de Santa Maria. METODOLOGIA: trata-se de um relato de experiência sobre a prática assistencial as gestantes de alto risco. Este relato é baseado na vivência em uma maternidade e relacionado à literatura referente. A vivência foi desenvolvida ao término do 6º semestre. A realização das atividades aconteceram no período de dezembro de 2010 à janeiro de 2011, no turno diurno, com carga horária de 80 horas. Para a execução da vivência foi necessário um plano de atividades a serem realizadas no tempo de permanência na maternidade, foi preciso ainda a participação de um docente do curso de enfermagem da Universidade federal de Santa Maria e um enfermeiro supervisor da unidade. RESULTADOS: A partir desta vivência foi possível desenvolver as atividades inerentes ao profissional enfermeiro como internações de pacientes, punções venosas, sondagens (nasogástrica e vesicais), avaliação de lesões de pele, curativos, mamas, involução uterina, sangramento, preparo e administração de medicamentos, troca de frasco de dreno de tórax em selo d’água, encaminhamento de pacientes para exames e para outras unidades, retirada de pontos de sutura, realização de avaliação de drenos, realização de aprazamento de medicamentos, acompanhamento da realização dos pedidos de materiais, registro das evoluções dos pacientes, troca de cadarço, orientação das pacientes sobre procedimentos e exames, orientações sobre cuidados com a ferida operatória, com o recém nascido, com a amamentação, vacinação, puerpério, anticoncepcional, avaliação das pacientes e dos recém nascidos, controle e instalação de monitorização de sinais vitais, administração de oxigênio por óculos nasal ou máscara de Venturi. Além do contato com contato com sentimentos, preocupações e medos das gestantes de alto risco e de seus familiares tanto em relação a ela quanto ao feto, as quais muitas vezes procuravam ao acadêmico para conversar sobre estes assuntos. Nesta vivência também foi possível notar que a enfermeira da unidade e que eu tentava incorporar em minha prática estratégias para que estas gestantes tivessem um período de internação mais agradável na medida do possíve l como a autorização para que elas pudessem ver no horário de visitas os filhos menores, a possibilidade de acompanhante, quando era possível a troca de quartos privativos para maior privacidade da gestante, a possibilidade de trazer de casa algum material para promoção de lazer e conforto da gestante como: televisão, ventilador, livros entre outros. CONCLUSÕES: Desta forma o papel do enfermeiro vai muito além do planejamento de cuidados à paciente, neste caso, é necessária a sensibilidade de muito mais q ue falar saber ouvir e compartilhar com a gestante, que passa por este momento tão delicado em sua vida, compartilhar suas experiências e seus conhecimentos. Assim este estudo aponta a necessidade da unidade criar um serviço de atendimento e troca de exper iência entre estas gestantes para que deste modo possam enfrentar a experiência de ser uma gestante de alto risco da melhor forma possível e deste modo diminuindo a ansiedade e o medo dela. Consequentemente as implicações para a enfermagem se dá em relação ao profissional enfermeiro o programa PROFIC EN resulta na interação do aluno com a unidade e a equipe de enfermagem e a equipe multiprofissional que resulta em crescimento profissional para ambas as partes. Para a gestante o estudo aponta a importância que o profissional enfermeiro contribui para que este promova ações que possibilitem a presença da família para auxiliar no enfrentamento desse momento de suas vidas e das condições de risco da gravidez.

PALAVRAS-CHAVE: Complicações na Gravidez. Família. Relações Familiares. REFERÊNCIA

1. Benson RC. Manual de obstetrícia e ginecologia. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 678p.

2. Zampieri MFM. Vivenciando o processo educativo em enfermagem com gestantes de alto risco e seus acompanhantes. Texto & co ntexto enferm; 8(1):203-221, jan.-abr. 1999.

3. Costa IG. As percepções da gravidez de risco para a gestante e as implicações familiares. R. gaúcha Enferm., Porto Alegre; 23(1):30-46, jan. 2002.

4. Quevedo MP. Experiências, percepções e significados da maternidade para mulheres com gestação de alto risco. São Paulo; s.n; 2010. 210 p.

5. Universidade Federal de Santa Maria- Curso de Enfermagem. Programa de Formação Complementar em Enfermagem- PROF ECEN. Santa Maria, 2009.

A GRADUAÇÃO E O PREPARO DO ENFERMEIRO PARA ATUAÇÃO NA

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