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APOIO DE FAMILIARES AO ALEITAMENTO MATERNO DE RECÉM NASCIDOS PREMATUROS: REVISÃO INTEGRATIVA*

Andressa Peripolli Rodrigues1 Stela Maris de Mello Padoin2 Caroline Sissy Tronco3 Greice Machado Pieszak4 Crhis Netto de Brum5 Samuel Spiegelberg Zuge6 INTRODUÇÃO: O leite humano apresenta uma composição nutricional balanceada, incluindo todos os nutrientes essenciais, que contribuem para o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido (RN), sendo suficiente para suprir todas as necessidades nutricionais do bebê durante os primeiros seis meses de vida, quando em aleitamento materno exclusivo (AME). A prática da amamentação proporciona um alimento completo e que protege a criança contra doenças infecciosas, representando um importante fator na redução da mortalidade infantil. Estimativas apontam que o aumento da prevalência de Aleitamento Materno (AM) até um ano de vida em todos os países possa salvar até 1,3 milhões de lactentes no mundo(1). Essa mortalidade pode ser reduzida em 16,3% se todas as crianças iniciassem a amamentação no primeiro dia de vida, e em 22% se o aleitamento ocorresse na primeira hora(1). Diante disso, a amamentação precoce pode levar a uma redução considerável na mortalidade neonatal. Igualmente ao que ocorre aos bebês a termo, o leite materno também é a melhor escolha para os recém-nascidos prematuros (RNP), criança nascida antes de 37 semanas de gestação. Pelas suas qualidades únicas, o que se almeja ao amamentar o prematuro, além de proporcionar-lhe a melhor condição nutricional possível, é prover benefícios a médio e longo prazo(2). Alimentar um RNP é um processo complexo, pois, na maioria das vezes, não é possível que esse bebê inicie sua alimentação diretamente no seio da mãe, sendo esse momento diferente do que a mãe imaginava durante a gestação(2). É necessário compreender que as crianças que passam por um período na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) apresentam dificuldades no início e durante a amamentação, vivenciadas também por suas mães e familiares, o que remete à necessidade da efetiva atuação da equipe diante dessa mãe e de seu filho. OBJETIVO: Objetivou-se identificar, nas produções científicas, as contribuições dos estudos para o cuidado de Enfermagem, enfocando o apoio dispensado pelos familiares ao aleitamento materno em recém-nascidos prematuros.

* Parte do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS, para obtenção do grau de Enfermeiro.

1Enfermeira. Mestranda do Programa de Pó-Graduação em Enfermagem da UFSM. Email: andressaufsm@hotmail.com.

2Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da UFSM. Email: stelamaris_padoin@hotmail.com.

3Enfermeira. Mestranda do Programa de Pó-Graduação em Enfermagem da UFSM. Bolsista REUNI. Email: carolinetronco@hotmail.com.

4Enfermeira. Mestranda do Programa de Pó-Graduação em Enfermagem da UFSM. Email: greicepieszak@gmail.com.

5Enfermeira. Mestranda em Enfermagem do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM. Bolsista CAPES. Email: crhisdebrum@gmail.com.

6Enfermeiro. Mestrando em Enfermagem do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM. Email: samuelzuge@gmail.com.

METODOLOGIA: Estudo de revisão integrativa, com a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas de maneira sistemática e ordenada. Esta foi elaborada seguindo as etapas: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa, amostragem ou busca na literatura, categorização e avaliação dos estudos, interpretação dos resultados e apresentação da síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados(3). Para orientar este estudo, a questão de pesquisa formulada foi: Quais as implicações para o cuidado de enfermagem de recém-nascido prematuro evidenciadas nas produções científicas da área da saúde acerca da temática aleitamento materno? A busca bibliográfica foi desenvolvida na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) na base de dados eletrônica Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), utilizando os descritores “recem-nascido prematuro” or “recem-nascido de baixo peso” and “aleitamento materno”. O levantamento dos estudos ocorreu em agosto de 2010. Para selecionar as produções científicas, os critérios de inclusão foram: artigos na temática do aleitamento materno em recém-nascido prematuro disponível online; texto na íntegra. Os critérios de exclusão foram: teses; capítulos de teses; dissertações; capítulos de dissertações; manuais ministeriais; artigos incompletos e trabalhos publicados em anais de eventos. Como resultado foram encontrados 82 estudos. A seleção das produções ocorreu por meio da leitura dos títulos e resumos do qual foram selecionados 71 estudos. A partir dos critérios de inclusão e exclusão, foi realizada a leitura de 40 artigos na íntegra. Para a coleta e organização dos dados foi utilizado um instrumento com as seguintes variáveis: referências do artigo, características metodológicas, sujeitos, intervenção estudada, resultados dos estudos e as principais conclusões. Após a análise temática dos dados, emergiram duas unidades temáticas: Promoção e Apoio ao AM de RNP por Profissionais de Saúde e Dimensão Biológica do Leite Humano e Clínica do RNP. Nesse momento, apresenta-se a primeira com ênfase ao apoio de familiares ao AM, a qual reuniu vinte e seis artigos. RESULTADOS: O profissional de saúde pauta suas ações de promoção do aleitamento compreendendo esse ato como natural, proveniente do instinto materno, mesmo reconhecendo que esse processo é determinado por fatores sociais do contexto dessa família. Quando ocorre um parto prematuro, a manutenção da amamentação deste RNP torna-se um desafio ainda maior, sendo que o apoio, principalmente, da família é essencial para favorecer esse ato. Diante do exposto, verificou-se nas produções científicas a importância do apoio dispensado pela família para o início e manutenção da lactação. A família constrói crenças, valores, significados, práticas e saberes os quais são compartilhados e resignificados nas interações sociais e, assim, influenciam as ações de seus membros(4). Diante disso, no contexto da amamentação o grau de apoio que a nutriz dispõe será um ponto fundamental para a promoção do AM, sendo que o principal elemento que ajuda as mulheres a manterem a amamentação é o apoio dos familiares(5). A família, a partir do seu mundo próprio ou da cultura familial4, poderá ser facilitadora para a amamentação, sendo que a ausência desse apoio é um elemento dificultador. Dessa forma, a prática da amamentação é um processo susceptível a diversas influências, nas quais os membros familiares tornam-se responsáveis pela maior parcela de interferências sobre a decisão de amamentar(5). Diante destas interferências destacam-se as intervenções negativas sobre esse processo, ou seja, diante de uma má experiência familiar em aleitamento, este familiar se inclinará a transmitir e dar ênfase aos aspectos negativos, podendo causar impacto desestimulador na mulher, e levar ao desmame precoce. De forma contrária, se os aspectos positivos sobressaem aos negativos, é reforçado o apoio a tal prática(5). Dessa forma, a família atua no processo de AM tanto positivamente quanto negativamente. Nesse sentido, o cuidado familial é um processo, apreendido e construído pela família e, também, modificado a partir das vivências de seus

membros e de suas interpretações(4). Então, cabe ao profissional de saúde estabelecer vínculo também com a família para que ela possa oferecer ajuda e atuar favorecendo a lactação e o contato da mãe com seu RNP. A família tem um papel importante para potencializar o desenvolvimento do RNP e amenizar os efeitos pós-natais, melhorando o prognóstico dessas crianças. O suporte à família visa que ela continue como cuidador primário do RNP, fortalecendo a experiência dos pais com maior competência e segurança de seus papéis(6). Para alguns profissionais, a presença da família é condição fundamental para a recuperação do RN, contribuindo para uma boa evolução do bebê. Assim, o/a profissional pode estimular a participação da família nesse processo, encorajando seus membros para oferecer apoio à mulher lactante, utilizando-se dos familiares como uma importante ferramenta para efetivar o ato de amamentar. CONCLUSÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A/O enfermeira/o, como membro da equipe de saúde e da rede de apoio das famílias, deve redirecionar suas ações para os pais, para o RN e também para a família, sendo este último um componente importante no cuidado de enfermagem. Para tal, o enfermeiro poderá desempenhar ações educativas que visem o melhor esclarecimento das questões que envolvem o AM, apoiando a mãe na tomada de decisão de amamentar, bem como apoiando/ajudando o pai e toda família para que participem deste processo. Além disso, é preciso perceber que os pais, e suas famílias, estão inseridos em contextos sociais diversos, sendo preciso implantar outras abordagens que contemplem as particularidades de cada sujeito. Para viabilizar o trabalho de promoção, proteção e apoio ao AM em prematuros, os profissionais devem estar preparados para integrar o manejo clínico hospitalar da lactação à rotina de uma UTIN. Ainda, a equipe multiprofissional deve facilitar a presença da família na UTIN, e apoiar a participação da mesma na recuperação deste RN. A presença da família na UTIN é importante para criação e manutenção do vínculo com o RN, promovendo uma recuperação mais satisfatória e facilitando o início do AM e sua manutenção.

PALAVRAS-CHAVE: Aleitamento Materno. Família. Enfermagem. REFERÊNCIAS

1. Toma TS, Rea MF. Benefícios da amamentação para a saúde da mulher e da criança: um ensaio sobre as evidências. Cad. Saúde Pública. 2008; 24(2): 235-46.

2. Issler H. O aleitamento materno no contexto atual: políticas, práticas e bases científicas. São Paulo (SP): Sarvier; 2008.

3. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008, out/dez; 17(4): 758-64.

4. Elsen I. Cuidado familial: uma proposta inicial de sistematização conceitual. In: Elsen I, Marcon SS, Santos MR. O viver em família e sua interface com a saúde e a doença. Maringá (PR): Eduem; 2002.

5. Marques ES, Cotta RMM, Magalhães KA, Sant’Ana LFR, Gomes AP, Batista RS. A influência da rede social da nutriz no aleitamento materno: o papel estratégico dos familiares e dos profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva. 2010; 15(Supl.1): 1391-400.

6. Silva OPV. A importância da família no desenvolvimento do bebê prematuro. Psicologia: Teoria e Prática. 2002; 4(2): 15-24.

ARRANJOS DAS FAMÍLIAS PARA O CUIDADO DOMICILIAR DO

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