Carla Simone Girotto de Almeida Pina Barelli1 Santino Seabra Junior2 Raquel Borges Silva3 Renata Campos Pinheiro4
Igor Alves Macedo5 INTRODUÇÃO: O consumo alimentar está relacionado com cultura, educação e prazer, sendo que, em uma sociedade capitalista como a nossa, estamos sujeitos a valores, a consumo de produtos, marcas e serviços que nos são impostos, e que refletem num comportamento alimentar inapropriado(1). As crianças, os adolescentes e os idosos são os principais atingidos por este comportamento, copiando, sem limites, o que lhes são apresentados como tendência de consumo, sofrendo consequências de uma má alimentação, sendo que, hoje, além de distúrbios de deficiências nutricionais, encontramos em grande quantidade sintomas de obesidade(1,2). Isto porque com a globalização, não se é estimulado o conceito de qualidade alimentar. Para que se mude esta realidade, deve-se motivar e criar um hábito de alimentação, no qual se consumam hortaliças, frutas e condimentos, pois estes são alimentos funcionais e contém substâncias que promovem a saúde, além de prevenir doenças, e serem efetivos até mesmo na prevenção de muitas doenças(3). As hortas escolares, domiciliares e comunitárias são meios excelentes para incentivar a população a consumir estes produtos, já que ao cultivar e ao se conscientizar sobre a importância destes alimentos na sua dieta, aderem a uma alimentação mais saudável(4). Com a participação das crianças e idosos nas hortas, atenta-se também para uma boa educação ambiental e alimentar, estimulando os indivíduos a relacionar a importância de fatores ambientais, tais como solo, água, luz e microorganismos, como também, produzir o alimento para sua vida(2). A Equipe de Saúde da Família (ESF) Vitória Régia desenvolveu um projeto interdisciplinar em parceria com a Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT), no qual foram trabalhadas ações educativas de capacitação, para a equipe de saúde da família, famílias integrantes do projeto, professores e acadêmicos do curso de Enfermagem, Educação Física e Agronomia, com temas relacionados à atividade física e alimentação saudável. OBJETIVO: Incentivar o consumo de hortaliças e a atividade física, por meio de ações educativas, consolidando o envolvimento da Universidade com a Comunidade. METODOLOGIA: Consistiu em delinear estratégias e ações de trabalho com a comunidade, que versaram em educação alimentar, nutricional e horta comunitária; mural educativo na unidade da Equipe de Saúde da Família, ações de educação em saúde, atividade física e lazer com idosos e suas famílias, totalizando 40 famílias. Para serem incluídas no Projeto, as famílias precisam morar dentro da área de abrangência da Equipe, já que a participação não é necessariamente do idoso e sim da família. O único fator de exclusão é a vontade do idoso ou da família, e caso o idoso venha apresentar alguma dificuldade ele não é excluído do projeto, passa a desenvolver atividades de acordo com suas competências e habilidades.
1 Enfermeira do Programa Saúde da Família de Cáceres/MT e mestranda no curso de Pós-graduação em Ciências Ambientais/Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT. carlabarelli@terra.com.br
2 Engenheiro Agrônomo, Professor Doutor do Departamento de Agronomia/UNEMAT. santinoseabra@hotmail.com 3 Enfermeira, mestranda do curso de Pós-graduação em Ciências Ambientais/UNEMAT raquel_enf84@hotmail.com 4 Acadêmica do Curso de Enfermagem/UNEMAT recpinheiro@hotmail.com
As ações são realizadas na Unidade de Saúde da Família e a horta comunitária foi construída e esta sendo desenvolvida no mesmo terreno da unidade. É trabalhado ainda: importância das hortaliças na alimentação, hortaliças não convencionais, alimentos funcionais, nutrição e saúde, oficinas de aproveitamento integral dos alimentos, receitas práticas e cultivo de hortaliças. Nas ações com idosos hipertensos e diabéticos, a atividade física e as ações educativas são integradas, e acontece por meio da caminhada, distribuição de folders, debates, troca de receitas. As atividades acontecem três vezes na semana (terça-feira, quinta-feira e sábado) no período da manhã, são aferidos os sinais vitais e antropométricos. As atividades da horta incluem os procedimentos de semeadura, transplante, tratos culturais e colheita, cultivando espécies convencionais e não convencionais. Estás atividades são desenvolvidas também três vezes na semana por meio de uma escala no qual os idosos escalados cuidam e águam as hortaliças, e no sábado pela manhã os mesmos plantam, águam e fazem a colheita para o consumo. O trabalho de educação em saúde, alimentar e nutricional acontece todos os sábados à tarde, por meio das oficinas de nutrição, palestras, rodas de conversa e dinâmicas de grupo. Já as atividades de lazer incluem passeios a pontos turísticos da cidade, confraternizações em datas comemorativas e os mesmos frequentam o cinema duas vezes ao mês, participando do Cine Mais Cultura, assistindo filmes de interesse cultural. Nestas atividades estão envolvidos professores e bolsistas da UNEMAT, a Equipe de Saúde da Família, a família, voluntários e a comunidade. RESULTADOS: As ações contribuíram para reeducação alimentar, foi verificado um grande interesse pelos idosos e suas famílias quanto à construção da horta em suas casas e consumo de hortaliças pela família. Foi verificado após o inicio das atividades controle da Pressão Arterial, diminuição dos índices da glicemia e maior disposição dos idosos para execução das atividades tanto física quanto na horta. Alguns idosos restabeleceram a caminhada após problemas de saúde, tais como: acidente vascular cerebral, etc. Foi instalado ainda um viveiro de produção de mudas na unidade de Saúde da Família e fomentado a troca de propágulos e informações sobre as espécies, são distribuídos folders seguido de orientação, realizada pelos agentes comunitários de saúde e bolsistas, sobre o cultivo e consumo das hortaliças. O mural educativo na Unidade oferece informações sobre a relação consumo de hortaliças e prevenção de doenças, receitas alternativas, informações sobre aproveitamento integral dos alimentos, hortaliças não convencionais e a importância da atividade física. Hoje, temos a participação integral das famílias dos idosos em todas as atividades desenvolvidas pela Equipe. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Esse projeto está contribuindo de forma significativa com a formação de profissionais na área de Enfermagem, Educação Física e Agronomia, com uma visão holística sobre a saúde, integrando a universidade com a comunidade assistida pela Equipe de Saúde da Família Vitória Régia e, incentivando e mobilizando a comunidade sobre a importância do consumo de hortaliças para a segurança alimentar e nutricional. A inclusão de programas de atividade física e promoção de hábitos saudáveis se fazem necessário, pois são ações de fácil acesso e baixo custo para a implementação, além de proporcionarem à população a oportunidade de uma readequação nos hábitos alimentares e melhor condicionamento físico, consequentemente promovendo a diminuição nos fatores de risco à saúde e melhoria na qualidade de vida de toda a família. A enfermagem tem papel fundamental no que se refere à educação em saúde, assistência e o acompanhamento destes pacientes. Com isso o vinculo equipe/família/equipe torna-se mais fortalecido, fazendo com que todas as ações realizadas pela equipe de saúde da família venham a ter sucesso entre a comunidade.
PALAVRAS-CHAVE: Acolhimento. Alimentação. Interdisciplinaridade. REFERÊNCIAS
1. Sanchês M. Hortaliças: consumo e preferências de escolares. Dissertação apresentada para obtenção de título de Mestre Ciências, área de concentração Tecnologia de Alimentos. Escola Superior de Agronomia “Luis de Queiroz”, Piracicaba, 2002, 162p.
2. Seabra SJ, Cardoso AIA, Villas Bôa SO, Oliveira, AM, Cultivando hortaliças: uma brincadeira de criança. 2003.
3. http://www.horticiencia.com.br/anais/arquivos/olfg4164C.pdf 4. http://www.terapeutaocupacional.com.br/Geriatria.htm
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A FAMÍLIA NO CUIDADO AO IDOSO APÓS O ACIDENTE POR QUEDAS*