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A FAMÍLIA E O IDOSO: BUSCANDO PRÁTICAS CUIDATIVAS DE PROMOÇÃO À SAÚDE

Zulmira Pezzini Paes1 Marcia Dalago da Cunha2 Rosangela da Silva3 Gladys Brodersen4 Thays Gabriela Campos5 Maicon flores Jaques6 INTRODUÇÃO: A população brasileira está ficando mais velha e as pessoas estão morrendo mais tarde. Esta é uma conquista da humanidade e é preciso garantir a sua continuidade. Hoje há mais idosos no Brasil, do que há 30 anos. As pessoas devem envelhecer mantendo a sua capacidade de realizar as Atividades de Vida Diária (AVD’s), quando isto não acontece, o idoso torna-se dependente de alguém que o ajuda a andar, vestir, ir ao banheiro, comer e manter sua higiene. A promoção da qualidade de vida das pessoas idosas é uma necessidade urgente e representa um grande desafio para a formulação e implementação das políticas públicas e para a sociedade de maneira geral. O Brasil é um país que está envelhecendo, pois de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Censo de 2000, a população brasileira acima de 60 anos era 7,3%, já no estado de Santa Catarina neste mesmo ano a pesquisa apontava para 8,03% da população nesta faixa etária(¹). O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, multifatorial com diminuição progressiva da reserva funcional do indivíduo(²). No entanto, em condições de sobrecarga pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência, sendo fundamental seu acompanhamento. Considerando que o ponto de apoio dos idosos vem a ser a sua família, deve-se conhecer esse processo em família para prestar uma assistência de qualidade em circunstâncias em que os eventos acontecem. OBJETIVO: traçar estratégias de ações que possibilitem auxiliar a família como cuidadora do idoso e o fortalecimento da assistência articulada entre Estratégia Saúde da Família, idoso e família. METODOLOGIA: a amostra inicial foi constituída de 273 idosos pertencentes à equipe nº 34, 247 da equipe de nº 22, 153 da equipe 23, todas da Estratégia Saúde da Família (dados extraídos do SIAB em outubro de 2009). Na lei nº 10.741/03 no seu Art. 1º que dispõe sobre o Estatuto do idoso, define que pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos são consideradas idosas. A pesquisa foi de campo tipo exploratória com abordagem quantitativa em três (03) equipes da Estratégia Saúde da Família em uma zona

1 Enfermeira da Estratégia Saúde da Família do Município de Itajaí. Mestre em saúde e gestão do trabalho: ênfase saúde da família. Docente do curso de graduação de Nutrição- Univali. Preceptora do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde. email: zulmirapezzini@univali.br

2 Enfermeira da Estratégia Saúde da Família do Município de Itajaí. Mestre em saúde e gestão do trabalho: ênfase saúde da família. Docente do curso de graduação de Enfermagem - Univali. Preceptora do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde. email: marciadalago@univali.br

3 Enfermeira da Estratégia Saúde da Família do Município de Itajaí. Especialista em Saúde da Família e Gerenciamento em Saúde. Preceptora do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde. email: rosapops@yahoo.com.br

4 Enfermeira. Doutora. Professora da Universidade do Vale do Itajaí. Tutora do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde. E-mail: gladysbrodersen@hotmail.com

5 Discentes do curso de graduação em Enfermagem da Univali. Bolsista do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde - Univali

6 Discentes do curso de graduação em Enfermagem da Univali. Bolsista do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde - Univali

administrativa denominados: Murta (23), Votorantin (nº 22) e Cordeiros (nº 34) no Município de Itajaí/SC. O estudo foi dividido em duas etapas, na primeira, foi utilizado um instrumento com questões fechadas para coleta, abordando dados sócio demográficos, estado nutricional, doenças crônicas, medicamentos utilizados, necessidade ou não de cuidador, perfil do cuidador, capacidade funcional do idoso. Na segunda fase, ainda não concluída será aplicado a escala de Katz conforme escores pré determinados. Esta pesquisa foi articulada a partir da proposta Pró-saúde/PET onde ocorreu a participação de enfermeiras preceptoras das equipes da ESF e discentes bolsistas do PET-Saúde do curso de graduação de Enfermagem, envolvendo as instituições públicas e privadas, sendo Secretaria Municipal de Saúde de Itajaí/SC e Universidade do Vale do Itajaí/SC - Univali. A análise dos dados seguiu com as informações obtidas, concomitantemente ao processo de coleta permitindo retornar ao campo para os esclarecimentos ou aprofundamentos necessários. Os aspectos éticos foram respeitados conforme resolução 96/96 com seu parecer sob o nº 483/9. RESULTADOS: obtivemos o diagnostico comunitário dos idosos residentes nas três áreas de abrangência das equipes da ESF. A coleta foi realizada no segundo semestre de 2010, fato que contribui para o aumento da população na faixa etária sugerida, demonstrando um total de 772 idosos pesquisados, onde 12 % apresentam uma situação de semi ou dependência total de cuidados. Com este diagnóstico identificamos o quantitativo de idosos que necessitavam de um olhar ampliado e de fortalecimento para sua família e sua rede de cuidado, pois, entendemos que no processo de envelhecimento o conhecimento das informações e as adaptações em relação às alterações fisiológicas e psíquicas, naturais que o avanço da idade trás, não podem ser consideradas como doença na velhice, mas devem ser cuidadas com diferenciais da mesma forma como houve necessidades específicas na infância, adolescência e idade adulta. Deste modo, compreendemos que a atenção primária a saúde deve oferecer uma atenção humanizada com orientação, acompanhamento e apoio domiciliar, com respeito às culturas, a pessoa idosa, incluindo familiares e cuidadores. Com este olhar, o “cuidado familial” é um “guia internalizado”, constantemente disponível para os membros de uma família, sendo indispensáveis para sua construção a convivência e as interações entre os membros dessa família(3). São estes cuidados, fundamentais na prevenção das deficiências e incapacidades funcionais que no momento entendemos a importância da identificação e intervenção nesta tríade (idoso, família e profissional de saúde) do cuidado. Propomos então em consonância ao nosso objetivo, cumprir o papel de fortalecimento e assistência integralmente a este núcleo familiar. Fazendo-se necessário que o sistema formal de atenção à saúde seja parceiro da rede de suporte social da pessoa idosa (sistema de apoio informal), auxiliando na otimização do suporte familiar e fortalecendo com a formação de vínculos de co-responsabilidade. Constatado durante a coleta de dados que o familiar/cuidador tem uma sobrecarga de afazeres, visto que na sua maioria eram formadas por mulheres que tinham outras atividades laborais. Observou-se que a família tem grande importância frente ao cuidado para com o idoso, o que é fato há muito tempo, no entanto, atualmente o envelhecimento é um fenômeno que tem crescido bastante, fazendo com que essa importância aumente ainda mais e tornando necessário o entendimento de como as famílias vem respondendo às necessidades do idoso no seu dia-a-dia. De maneira geral, pouca divulgação tem sido feita sobre as formas do usuário e suas famílias sentirem, perceberem e vivenciarem o envelhecimento, assim como os cuidados indicados, nem tampouco qual a abordagem utilizada pelos serviços de saúde percebemos que a interação com os usuários e suas famílias, exige entender seu mundo e compreender melhor os seus significados e suas práticas de cuidado. A família continua sendo o ambiente preferido para a prestação da atenção de saúde a pessoa idosa portadora de incapacidades, e foi com este propósito que as equipes de saúde estão desenvolvendo estratégias de cuidado a família, citando como exemplo, o encontro mensal com os cuidadores para ouvir suas necessidades, troca de experiências, orientando formas facilitadoras de

cuidado com o idoso, estimulando a troca de turnos com outro membro da família, orientando o cuidado consigo (repouso, alimentação, lazer..), buscando assim minimizar o desgaste do cuidador, realizando visitas periódicas no domicílio, informando para a família/cuidador a evolução da doença assim como o cuidado contínuo para o não agravamento da situação de saúde e doença do idoso, permitindo que os profissionais de saúde da ESF construa sua linha de cuidado da família e idosos baseada na necessidade de seu território.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento. Saúde do Idoso. Saúde da Família. REFERÊNCIAS

1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2007. Rio de Janeiro: IBGE; 2007.

2.MARIN, Maria José Sanches, CECILIO, Luiz Carlos de Oliveira, Necessidades de Saúde de Idosos de uma Unidade da Família, Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 12, n. 1, Rio de Janeiro.2009.

3. Elsen I. Cuidado familial: uma proposta inicial de sistematização conceitual. In: Elsen I, Marcon SS, Silva M. O viver em família e sua interface com a saúde e a doença. Maringá: Eduem; 2002. p. 11-24.

A FAMÍLIA E OS MECANISMOS DE ENFRENTAMENTO PARA LIDAR COM

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