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Análises produtivas de cultivares de framboesa na região oeste de Santa Catarina, Chapecó (1)

No documento Anais 2018. (páginas 166-172)

Jean do Prado(2), Clevison Luiz Giacobbo(3), Adriana Lugaresi(4), Lucas R. Culau(2) e Bachelor Louis (2)

(1) Projeto financiado pela FAPESC.

(2) Acadêmico Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó-SC, jeandopradoo@hotmail.com (3) Professor, Universidade Federal da Fronteira Sul, PPGCTA;

(4) Eng. Agrônoma. Universidade Federal da Fronteira Sul.

INTRODUçãO

Atualmente, o interesse pelo cultivo de framboesas (Rubus idaeus L.) tem crescido no Brasil, principalmente no Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira e em alguns locais dos estados de São Paulo e do Paraná (Maro et al., 2012).

Ideal para o cultivo em regiões montanhosas, a framboesa é boa fonte de renda para o agricultor, pelo fácil cultivo, alta produção e longo período de safra (Pio, 2009). Não obstante, Parra-Quezada et al. (2007) salienta que esta frutífera adapta-se bem a baixas temperaturas e verões relativamente frescos.

Gonçalves (2011) relata que essa frutífera possibilita o rápido retorno do capital investido, pois as plantas atingem altas produções já após quatro meses do plantio, adéquam-se perfeitamente ao cultivo orgânico, por sua rusticidade e ainda se consegue agregar valor ao produto final por meio do processamento de seus frutos, na fabricação de geleias caseiras, doces em barras ou em caldas, polpa congelada e bebidas fermentadas.

As condições do clima do local aonde as framboeseiras são cultivadas é um dos fatores que interferem no sucesso da produção, por isso diferentes respostas podem ser encontradas em diferentes cultivares dependendo do local em que são cultivadas (Marchi, 2015).

O objetivo com este trabalho foi avaliar a adaptabilidade de três cultivares de framboeseira, no município de Chapecó, região Oeste Catarinense, já que a pesquisa de pequenas frutas na região é escassa.

MATERIAL E MéTODOS

O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal da Fronteira Sul,

Campus Chapecó e no laboratório de fruticultura e pós-colheita. O pomar foi implantado no ano de 2014 e

as análises foram realizadas no ciclo produtivo 2017/18. O clima descrito para a região é de Cfa, segundo a classificação climática de Köppen, sendo caracterizado como clima temperado úmido de verão quente, temperatura média do ar acima dos 22 °C no mês mais quente do ano, o clima é caracterizado por precipitação durante todos os meses do ano. O solo da região é classificado como Latossolo vermelho distroférrico (Embrapa, 2004).

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três cultivares de framboeseiras avaliadas, Indian Summer, Fall Gold e Heritage. Estas plantas foram conduzidas em espaldeira tipo T com dois fios a 60 centímetros do chão. Em nove repetições, cada uma representada por uma planta. O espaçamento de plantio adotado foi de 3 m entre linhas e 1,5 m entre plantas.

Foram avaliados a área média de folha, porcentagem de massa seca de folha, o número de frutos e a produtividade. A área média de folhas, foi avaliada com o auxílio de um folharímetro, através da mensuração de dez folhas por planta, retiradas do terço médio da planta, os resultados expressos em

cm2. A determinação de massa seca de folha foi realizada através da pesagem e posterior secagem de

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pesadas para a quantificação da porcentagem de massa seca em relação a massa verde. Para a análise de número de frutos, todos os frutos colhidos foram contabilizados e somados ao fim das colheitas. A produção foi estimada e os resultados expressos em g planta-1.

Os dados foram submetidos a análise de variância e quando significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSãO

É observado que as três cultivares de framboesas, Indian Summer, Fall Gold e Heritage, não diferiram significativamente no que tange os resultados de área media foliar, o resultado é o mesmo quando analisamos a porcentagem de massa seca de folhas (Tabela 1). A média encontrada para área foliar foi de 53,52 cm2 e para massa seca de folha foi de 63,62 %.

Analisando a variável número de frutos por planta, observamos que, a cultivar Heritage mostrou- se superior as outras, isso pode ser um indício de melhor adaptação destas plantas às condições de clima da região, sendo seguida pela cultivar Fall Gold.

Em termos de produção observa-se que as plantas da cultivar Heritage apresentaram produção superior que a Fall Gold, como também pode ser notado em frutos por planta, esta cultivar apresenta boas produções nas condições atuais, sendo que Fall Gold demonstrou-se intermediária nas duas variáveis produtivas.

Em trabalho realizado por Moura et al. (2012) nas condições do Oeste Paranaense, a cultivar Fall Gold, em relação a cultivar Heritage, apresentou maior número de frutos, maior matéria fresca de frutos, produção e produtividade. Resultados este, distintos ao encontrado neste presente trabalho, isso demonstra a variação de adaptabilidade das cultivares quando cultivadas em diferentes locais e regiões.

Segundo Marchi (2015), é muito difícil encontrar os mesmos resultados produtivos e de qualidade de frutos de uma mesma cultivar, quando se compara suas respostas em diferentes locais de cultivo. Estas afirmações são corroboradas pelos resultados encontrado neste trabalho, onde as cultivares selecionados para trabalho, apresentam diferentes produções em diferentes locais, no caso da pesquisa na região de Chapecó, elas apresentam diferentes dados no mesmo sistema de manejo, o que possibilita resultados satisfatória para a pesquisa das mesmas. Pois o que se busca é avaliar a adaptabilidade das cultivares nesta região.

A cultivar Indian Summer não teve um bom desenvolvimento dos seus frutos, os quais apresentaram apenas algumas drupéolas, as demais drupéolas dos frutos não se desenvolveram. Isso é um indício da baixa adaptabilidade da cultivar na região, tendo em vista que nas outras variáveis ela se mostra verossímil a Fall Gold e Heritage, no entanto não há como indicá-la para cultivo aos produtores. A mesma ainda está sendo avaliada, pois podemos observar adversidades climáticas na região neste ciclo de produção, isso pode ter influenciado na formação de frutos, sendo assim analise nos anos seguintes são de suma importância para relatarmos se a cultivar apresentou neste ciclo uma baixa produção, ou se é sua adaptabilidade.

Tabela 01 - Área média de folha (AMF), massa seca de folha (MSF), número de frutas (NF) e produção de cultivares de frambo- eseira no ciclo 2017/18, Chapecó, 2018.

Cultivar AMF (cm²) MSF (%) Produção (g)

Heritage 52,15 ns 62,24 ns 149,20 a

Fall gold 50,95 66,19 105,32 b

Indian Summer 58,48 62,43 -

CV (%) 21,68 8,86 19,24

* Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ns: Não significativo.

CONCLUSõES

As plantas da cultivar Indian Summer não lograram uma boa adaptação para a região, produzindo frutos sem o desenvolvimento de drupéolas, o que não é interessante para a venda ou consumo.

As plantas da cultivar Fall Gold e Heritage se mostram adaptadas para a região. No entanto, devem continuar as pesquisas para demais dados e afirmações.

REFERêNCIAS

EMBRAPA. Solos do Estado de Santa Catarina. 21. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2004. 745 p.

GONÇALVES, E. D. Implantação, cultivo e pós-colheita de framboesa no Sul de Minas Gerais. Belo Horizonte: EPAMIG, 2011. 5 p. (Circular Técnica, 145).

MARO, L. A. C.; PIO, R.; SILVA, T. C.; PATTO, L. S. Ciclo de produção de cultivares de framboeseiras (Rubus idaeus) submeti- das à poda drástica nas condições do Sul de Minas Gerais. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 34, p. 435-441, 2012. MARCHI, P. M. Propagação, aspectos agronômicos e qualidade de frutas de cultivares de framboeseira. 2015. 124 f. Dissertação (Mestrado em Fruticultura de Clima Temperado) - Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eli- seu Maciel, Pelotas.

MOURA, P. H. A.; CAMPAGNOLO, M. A.; PIO, R.; CURI, P. N.; ASSIS, C. N.; SILVA, T. C. Fenologia e produção de cultivares de framboeseiras em regiões subtropicais no Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 47, n. 12, p. 1714-1721, 2012. PIO, R. Pequenos frutos no Brasil e América do Sul. Revista Frutas, Legumes e Flores, n. 105, p. 29-30, mar./abr. 2009. PARRA-QUEZADA, R. A.; GUERRERO-PRIETO, V. M.; ARREOLA-AVILA, J. G. Efecto de fecha y tipo de poda en frambuesa roja ‘Malling autumn Bliss’. Revista Chapingo. Serie Horticultura, v. 13, p. 201-206, 2007.

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VIII ENcONtrO SObrE pEquENAS FrutAS E FrutAS NAtIVAS DO mErcOSul

Efeito de Mentha arvensis

®

no controle do pulgão-verde do morangueiro

Jéssica Suelen de S. Granja(1), Renata de F. Bandeira(2), Mireli T. de Souza(3), Michele T. de Souza(3) e Maria A. C Zawadneak(3)

(1) Bolsista de extensão. Agronomia; Universidade Federal do Paraná; Curitiba, Paraná; jessicasuelen@ufpr.br; (2) Estudante de Agronomia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná;

(3) Pesquisadoras, Universidade Federal do Paraná; Curitiba, Paraná;

INTRODUçãO

O pulgão-verde Chaetosiphon fragaefolli (Cockerell) (Hemiptera: Aphididae) é o principal afídeo- praga do morangueiro (Cédola; Greco, 2010; Souza; Zawadneak, 2018). As colônias ficam na face abaxial de folhas mais novas, dificultando o controle (Bernardi et al., 2015). C. fragaefolli causa danos na cultura devido a sucção continua de seiva, há o favorecimento de fumagina, que reduz o desenvolvimento das plantas e, com isso, sua produção. A espécie é responsável também pela transmissão de vírus (Mellow; Frazier, 1970; Cédola; Greco, 2011; Bernardi et al., 2015).

Para o controle do afídeo na cultura é realizado o emprego de inseticidas a base de neonicotinóides e piretróides (Agrofit, 2018). Entretanto, o uso desses produtos causam efeitos indesejáveis, tais como morte de organismos benéficos e impacto ambiental (Poletti et al., 2008). A crescente preocupação em relação aos impactos negativos desses produtos, tem incentivado os pesquisadores a desenvolverem estudos com novas táticas de controle alternativo de pragas, como o uso produtos de origem vegetal (Almeida et al., 2004). Certos compostos presentes em óleos essenciais podem agir como dificultadores de crescimento, inibidores de alimentação, ação repelente e anti-alimentar causando a morte do inseto por inanição (Corrêa et al., 2011).

Neste trabalho, objetivamos avaliar a ação do óleo de Mentha arvensis® no controle do pulgão-

verde C. fragaefolli in vitro.

MATERIAL E MéTODOS

Colônias de C. fragaefolli foram coletadas em folhas de morangueiro `San Andreas´, sob cultivo orgânico, no município de Pinhais, PR (25° 25′ S, 49° 08′ W; 930 m). Em laboratório, as folhas foram higienizadas com algodão umedecido na parte adaxial, e a triagem sobre a parte abaxial das folhas, com auxílio de estilete e pincel deixando apenas dez ninfas de segundo instar em cada folha.

O delineamento foi inteiramente casualizado, com 10 tratamentos (Mentha arvensis® a 0,25%;

0,50%; 0,75%; 1,0%; 2,0%; 3,0% e 4,0%), Openeem® (Bioscience Plus) (250 mL/1000 L), Tween 20® (5%)

e testemunha (água), em cinco repetições. Cada repetição foi constituída por uma folha com dez ninfas. As folhas foram acondicionadas em recipientes de vidros (4 cm x 2,5 cm) contendo água para evitar a perda de turgidez. Com auxílio de pulverizador manual, foram aplicados de 2,0 mL de cada solução. Após secagem do excesso de calda, os recipientes contendo as folhas foram colocados em copos descartáveis com tampa teladas, com tecido voil. O experimento foi mantido em sala de criação (temperatura 25 ± 2°C, umidade relativa do ar de 70± 10% e fotofase de 14 horas). As avaliações da taxa de mortalidade de C.

fragaefolli foram realizadas a cada 24 horas.

A análise dos dados foram obtidas conforme a normalidade utilizando teste de Tukey à 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSãO

Todas as concentrações do óleo de M. arvensis ocasionaram mortalidade acima de 90% após 72 horas, nas condições in vitro (Figura 1), sendo que a concentração de 0,25% aplicada já foi suficiente para o controle do inseto em laboratório. A toxicidade da M. arvensis pode ser justificada pela presença de altas concentrações de mentol e mentona no óleo essencial da espécie (Akhtar et al., 2012). Os óleos

2011; Jiang et al., 2012). No presente estudo esta última propriedade foi confi rmada.

O produto Openeem® causou menor taxa de mortalidade (41,78%) em ninfas de pulgões quando

comparado ao óleo essencial de M. arvensis. Este resultado confi rma que o neem é uma alternativa viável para o controle de pragas de morangueiro desde que sejam realizadas duas pulverizações sequenciais com intervalo de sete (07) dias, tendo em vista que o tratamento pode reduzir em no máximo 70% da infestação (Bernardi et al., 2010).

Figura 01 - Mortalidade de pulgão-verde do morangueiro Chaetosiphon fragaefolli (Cockerell) (Hemiptera: Aphididae) com apli- cação de óleo essencial de Mentha arvensis® e Openeem® (Bioscience Plus).

CONCLUSõES

O óleo essencial de M. arvensis pulverizados via foliar é efi caz no controle de C. fragaefolli em laboratório.

AGRADECIMENTOS

BIOAGRO pelo apoio; CNPq, CAPES e PROEC/UFPR pela concessão das bolsas.

REFERêNCIAS

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Armazenamento, temperatura de hidrocondicionamento e ácido giberélico

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