• Nenhum resultado encontrado

Determinação do teor de vitamina C em frutas Myrtaceae não convencionais édena Salete Klein (1) , Jonas Goldoni (2) e Clevison Luiz Giacobbo (3)

No documento Anais 2018. (páginas 125-128)

(1) Acadêmica de agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó-SC. edenaklein@yahoo.com.br. (2) Me. PPGCTA, Biólogo. CLAB-CH, UFFS, Chapecó - SC

(3) Prof. Dr., Agronomia/PPGCTA. UFFS - Universidade Federal Fronteira Sul, Campus Chapecó-SC.

INTRODUçãO

Frutas não convencionais, principalmente as da família Myrtaceae são ricas em nutrientes como as vitaminas, importantes para garantir qualidade na alimentação humana. A família Myrtaceae apresenta numerosas espécies frutíferas e de potencial econômico. É considerada uma das famílias mais bem representadas no Brasil, com distribuição de suas espécies em todos os biomas (Lorenzi, 2008).

Dentre os nutrientes encontrados em frutas não convencionais da família Myrtaceae, destaque para a vitamina C, conhecida quimicamente como ácido ascórbico, que com sua atividade antioxidante, ganhou relevância devido ao fato de inibir a formação de metabólitos nitrosos carcinogênicos. A vitamina C no corpo humano atua como cofator enzimático em processos de oxirredução, sendo importante na absorção de ferro e na inativação de radicais livres (Brunton et al., 2012).

Assim, com este trabalho, objetivou-se caracterizar os frutos das espécies de Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg); Jambolão (Syzygium cuminil); Pitanga (Eugenia uniflora L.,); Sete-capotes (Campomanesia guazumifolia) e Uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) quanto aos teores de vitamina C dos mesmos.

MATERIAL E MéTODOS

Os frutos utilizados para avaliação guabiroba, jambolão, pitanga, sete-capotes e uvaia foram colhidos no município de Seara, oeste de Santa Catarina, enquanto que o jambolão foi coletado em Chapecó-SC. A colheita ocorreu quando os atingiram maturação fisiológica adequada e uniforme entre todos. Após a coleta, foram conservados em caixa térmica, levados ao laboratório de fruticultura e pós- colheita da Universidade Federal Fronteira Sul- Chapecó, onde ficaram armazenadas em congelador à -18°C até o momento das análises.

O meio de quantificação de ácido ascórbico nas amostras foi o método de Tillmans, que é baseado na redução do indicador 2,6-diclorofenol-indofenol (DCFI). Tal método é indicado, tanto pelo Instituto Adolf Lutz quanto pela AOAC Internacional, para a quantificação deste composto em amostras de frutos.

Em laboratório, transferiu-se 5 mL da amostra da polpa de fruta para um balão volumétrico de 50 mL e completou-se o volume com ácido oxálico 2%. Após homogeneizar as amostras, as mesmas foram filtradas em papel filtro e levadas a descanso, protegidas da luz por 15 minutos. Destas foram coletas 10 mL de cada extrato e colocadas em erlenmeyer. Uma bureta foi completada com a solução de 2,6 Diclofenol indofenol a 0,02% e titula-se a amostra com a solução até viragem de cor. A viragem de cor em frutos de coloração escura como o jambolão, por exemplo, é possível pela homogeneização das amostras com ácido oxálico e filtragens referentes ao procedimento. As análises foram realizadas em triplicata, sendo os resultados expressos em mg de ácido ascórbico/100mL de polpa.

RESULTADOS E DISCUSSãO

Os resultados obtidos neste trabalho, conforme Tabela 1, para sete-capotes, uvaia, pitanga, guabiroba e jambolão, foram com concentrações de ácido ascórbico de 123,5; 124,5; 190,0; 92,0 e 80,0 mg/100 mL de suco, respectivamente.

Em comparação com outros autores, verificou-se que para algumas espécies os resultados foram semelhantes, conforme encontrado por Goldoni (2017) em frutos de sete-capotes uma concentração de 198,3 mg/100 mL, para uvaia 183,3 mg/100 mL (Barroso et al., 2017), para pitanga foi de 127,1 mg/100 mL (Peçanha, 2010). A variação do teor de vitamina C em guabiroba foi de 97,4 a 123,4 mg/ 100 mL (Santos et al., 2013), ficando acima do encontrado neste trabalho. Enquanto que para o jambolão o valor encontrado foi de 54,5 mg/100 mL (Pereira et al., 2012). Destaca-se ainda que os valores podem mudar dentro da mesma espécie a partir de diversos fatores como colheita, armazenamento e aspectos ambientais (Nogueira, 2011).

Percebe-se que as frutas das myrtaceas não-convencionais são uma boa opção para adicionar na alimentação e, assim, consumir concentrações adequadas de vitamina C, já que a necessidade para uma pessoa adulta é estipulada em 45 mg/dia (Brasil, 2005). É notável também que estas frutas se sobressaem quando comparados àquelas convencionais como o morango (Fragaria Ananassa Duch), laranja (Citrus sinensis) e manga (Mangifera indica) que apresentam valores de ácido ascórbico de 41,7; 38,7 e 8,3 mg/100 mL de suco, respectivamente (Nogueira, 2011).

Tabela 01 - Valores de ácido ascórbico em Sete-capotes; uvaia; pitanga; guabiroba e jambolão descritos em miligrama (mg) por 100 mL de suco. Chapecó, 2018. FRUTO CONCENTRAçãO (mg/100 mL de suco) Sete-capotes 123,0 Uvaia 124,5 Pitanga 190,0 Guabiroba 92,0 Jambolão 80,0 CONCLUSõES

Estudar o potencial de plantas frutíferas não-convencionais, geralmente desconhecidas pelo consumidor, é importante para popularizar o conhecimento sobre as espécies e faz com que o interesse por estas cresça, fomentando seu consumo e estimulando sua produção no campo, podendo estas espécies tornar-se alternativa de renda ao produtor rural.

REFERêNCIAS

BARROSO, J. P. P.; CÂNDIDO, T. A. T.; NÓBREGA, E. C. F.; CARDOSO, P. F.; SOUZA, B. S.; BOAS, B. M. V. Caracterização física e química da polpa e do caroço da uvaia. In: JORNADA CIENTIFICA E TECNOLÓGICA, 9.; SIMPÓSIO DA PÓS-GRADUAÇÃO DO IFSULDEMINAS, 6., 2017, Pouso Alegre, MG. Anais... Pouso Ale-

gre: IFSULDEMINAS, 2017. v. 9.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento técnico sobre a Ingestão Diária Recomendada (IDR) de proteína, vitaminas e minerais. Resolução RDC nº. 269, de 22 de setembro de

2005. Brasília, 2005.

BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLLMANN, B. C. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2012. 2112 p.

GOLDONI, J. Caracterização físico-química, atividade antimicrobiana de frutos e germinação de sete ca- poteira [Campomanesia guazumifolia (CAMBESS.) O. BERG]. 2017. 79 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e

Tecnologia Ambiental) - Universidade Federal da Fronteira Sul, Erechim.

ANAIS DO VIII SImpóSIO NAcIONAl DO mOrANgO

VIII ENcONtrO SObrE pEquENAS FrutAS E FrutAS NAtIVAS DO mErcOSul

NOGUEIRA, F. dos S. Teores de ácido l-ascórbico em frutas e sua estabilidade em sucos. 2011. 68 f. Disser-

tação (Mestrado em Produção Vegetal) - Universidade Estadual do norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes.

PEREIRA, R. J.; CARDOSO, M. G.; GOMES, M. S.; ANDRADE, M. A.; ANDRADE, J.; PEREIRA, R. J. Potencial antioxidante de frutos de duas espécies de jambolão: Syzygium cumini (l.) Skeels e Syzygium paniculatum gaertn. Revista SPCNA, v. 18, n. 3, 2012.

SANTOS, M. S.; LIMA, J. J.; PETKOWICZ, C. L. O.; CANDIDO, L. M. B. Caracterização química e avaliação do

potencial antioxidante do doce em massa de gabiroba (Campomanesia xanthocarpa Berg). Acta Scientiarium. Agronomy [online], v. 35, n. 1, p. 73-82, 2013.

Literatura Recomendada

PESSANHA, F. F. Eugenia uniflora L. (Myrtaceae): caracterização e avaliação dos compostos fenólicos, da vitamina C e da

atividade antioxidante dos frutos da pitangueira. 2010. 92 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) - Universidade Esta- dual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análises de ali- mentos. 4. ed. São Paulo: ITAL, 2005. v. 1, 1018 p.

No documento Anais 2018. (páginas 125-128)

Outline

Documentos relacionados