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Avaliação do desenvolvimento inicial de quatro cultivares de morango na região de Santa Maria

No documento Anais 2018. (páginas 152-155)

Hazael Soranzo de Almeida(1), Paola Daiane Welter (2) e Geraldo André Raddatz (3)

(1) Engenheiro Agrônomo, técnico em agropecuária – Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS; hazaelsa@gmail. com;

(2) Estudante de Doutorado; Universidade do Estado de Santa Catarina; Lages, SC; pdaianew@hotmail.com; (3) Técnico em Fruticultura; Produtor rural.

INTRODUçãO

A região central do estado do Rio Grande do Sul com o declínio da produção de tabaco foi forçada a se diversificar, e o morango tem papel fundamental nesse processo, pois em pequenas áreas pode gerar uma boa renda para as famílias, onde em pequenas propriedades possui grande importância econômica (Strik, 2007; Witter et al., 2012). Sendo o estado do Rio Grande do Sul, é o segundo maior produtor de morango, com cerca de 15% da produção nacional.

O morangueiro é exigente em condições físicas e de fertilidade do solo (Antunes et al., 2011), e sua fruta tem sofrido discriminação devido a aplicação excessiva de insumos químicos, devido a isso eleva-se o interesse por cultivos orgânicos, com ausência de insumos químicos, assim como de adubos minerais, oriundos de fontes não renováveis (Camargo et al., 2012).

O um sistema convencional de produção de morangos, em geral, não obedece regras específicas para a produção. O produtor que o pratica utiliza-se de insumos químicos na etapa de fertilização e nos tratamentos preventivos e curativos contra doenças e pragas, sem obedecer a regras técnicas pré- estabelecidas (Madail et al., 2007). Isso é o que acontece na maioria das propriedades rurais, pois por falta de conhecimento e de uma infraestrutura mais adequada, os produtores rurais fazem uso de diversos produtos químicos sintéticos para não perder a sua produção e garantir sua renda.

A quantificação da área foliar em plantas é utilizada em análises do crescimento e desenvolvimento vegetal (Cunha et al., 2010). A folha é o órgão de interceptação de luz para a fotossíntese (Lucena et al., 2011), essencial para a produção de fotoassimilados como carboidratos, lipídeos e proteínas pela planta (Coelho Júnior et al., 2010). A precisa determinação da área foliar permite, então, uma boa inferência sobre o potencial fotossintético (Lima et al., 2008; Brito et al., 2011), além de ser amplamente conhecida por ser um parâmetro indicativo de produtividade. Para a cultura do morangueiro em relação à estimativa da área foliar, são encontradas informações apenas de medições utilizando-se o comprimento e largura de folíolos (Pires et al., 1999; Zeist et al., 2014).

O objetivo desse trabalho é comparar o desenvolvimento e produção de morangos das cultivares Oso Grande, San Andreas, Pircinque e Jonica, na cidade de Santa Maria – RS, sob as condições de cultivos de pequeno produtor familiar.

MATERIAL E MéTODOS

O experimento foi conduzido em propriedade rural da cidade de Santa Maria, distrito de Arroio Grande, nas seguintes coordenadas 29° 38’ 37’’ S e 53° 42’ 02’’ O, a altitude é de 190 m. As mudas foram transplantadas em canteiros de 1,2 m de largura, com um espaçamento de 0,25 m x 0,25 m entre cada muda. A preparação do canteiro foi conforme a utilizada pelo produtor, proprietário da área, onde usa 1 kg de composto por metro quadrado, este incorporado ao solo antes do transplante. Após o transplante o produtor cobriu o canteiro com lona plástica dupla face (branco e preto) de 150 micras, abrindo uma pequena abertura para sair as mudas.

As mudas das cultivares Pircinque e Jonica foram obtidas de viveiro da cidade de Lages, Santa Catarina, sendo estas mudas de torrão, sendo transplantas nove mudas de cada uma dessas cultivares. As mudas da cultivar San Andreas, foram importadas do viveiro Don Antônio do Chile, sendo mudas de

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VIII ENcONtrO SObrE pEquENAS FrutAS E FrutAS NAtIVAS DO mErcOSul

raiz nua, já as mudas da cultivar Oso Grande foram produzidas pelo próprio produtor. As mudas foram transplantas dia 10/07/2018.

No dia 27/08/2018, 50 dias após o transplante, foram avaliados maior largura e comprimento do folíolo central (Figura 1), comprimento de folha, da ponta do folíolo central até a base na coroa, estes três com o auxilio de uma régua graduada, número de flores e frutas presente no momento da avaliação, de nove plantas de cada cultivar e cinco folhas das plantas que as tinha ao mínimo esse quantidade. Os resultados foram submetidos a análise de variância e quando significativos, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05), com auxílio do programa estatístico SISVAR (Ferreira, 2011).

Figura 01 - Esquema mostrando onde foram feitas as medias nos folíolos das mudas de morango.

RESULTADOS E DISCUSSãO

A maior largura dos folíolos e o comprimento do folíolo central não diferiram estatisticamente entre as cultivares San Andreas e Pircinque (Tabela 1). As avaliações do tamanho dos folíolos servem de estimativa para o calculo da área foliar das plantas, sendo este método já testado por diversos autores (Pirres et al., 1999; Zeist et al., 2014). Pois são métodos diretos em que são realizadas medições diretas nas folhas, enquanto que os métodos indiretos têm sua fundamentação na correlação conhecida entre uma variável avaliada e a área foliar (Souza et al., 2012).

Os comprimentos das folhas variam nas distintas cultivares, sendo a cultivar San Andreas com o maior comprimento de folha, com uma média de 13,6 cm cada folha (Tabela 1), ao mesmo tempo essa cultivar foi a que apresentou menor numero de folhas por planta, com média de 3,6 folhas por muda. Esses valores podem ser atrelados às características da cultivar em ser mais resistentes as diversas doenças (Shaw; Larson, 2009), em que possui folhas maiores e em menor quantidade, permitindo que o ar passe com maior facilidade por elas, não as deixando úmida, o que a deixaria com maior propensão a ser acometida por doenças.

Tabela 01 - Maior largura de folíolo, comprimento do folíolo central, comprimento de folha, número de flor, fruto e folha, de quatro cultivares de morango cultivado na cidade de Santa Maria, 2018.

Cultivares Maior largura Folíolo Cen-tral¹ Comp. Folha² Flor Fruto Folha --- cm --- --- Unidade --- Oso Grande 7,3 b 4,2 b 9,1 c 5,0 a 13 a 14,4 a San Andreas 10,7 a 6,5 a 13,6 a 5,2 a 2,0 b 3,6 c Pircinque 10,8 a 6,0 a 12,5 ab 1,0 b 3,4 b 11,2 ab Jonica 9,3 ab 5,1 ab 10,4 bc 2,0 b 2,0 b 7,4 bc CV % 6,3 5,91 5,83 17,06 33,9 15,93

A cultivar Oso Grande foi a que apresentou maior número de flores e de frutas (Tabela 1). Esse resultado pode estar atrelado ao fator de as mudas desta cultivar terem sido produzidas pelo produtor, já estando adaptadas as condições locais, além de que essa é uma cultivar precoce e rápida para o seu desenvolvimento e produção (Voth et al., 1989).

CONCLUSõES

A região é propicia para a produção de morangos, e já aos 50 dias após o transplante as plantas já respondem bem, tendo flores e frutas.

As cultivares Italianas, Pircinque e Jonica apresentação um grande potencial a serem utilizadas na região, inicialmente tendo uma boa adaptação local.

REFERêNCIAS

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