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Incidência de oídio (Sphaerotheca macularis) na cultura do morangueiro, em diferentes tipos de mudas.

No documento Anais 2018. (páginas 184-187)

Juliana Martins de Lima(1), Daniel Suek Zanin(2), Marllon Fernando Soares dos Santos(3), Brayan Favarin de Oliveira(3) e Amauri Bogo(4)

(1) Estudante de Mestrado; Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias; Lages-SC. juumartinsslima@gmail.com.

(2) Estudante de Doutorado; Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias; Lages-SC. (3) Estudante de Graduação; Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias; Lages-SC. (4) Professor; Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias; Lages-SC. Lages-SC.

INTRODUçãO

O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) pertence à família das Rosáceas, é cultivado em todos os continentes. Entretanto, é nos seguintes países como Estados Unidos, Espanha, Itália, Japão, e Polônia - que se encontram as maiores produções de morango (Reisser Junior et al., 2011; Fagherazzi, 2013).

Dentre os pequenos frutos, o morangueiro no Brasil, é a cultura de maior importância econômica. Sua produção é realizada principalmente em propriedades com até 20 hectares, ou seja, de pequeno a médio porte, por agricultores que disponham de mão-de-obra familiar, o que torna a atividade fonte de renda e emprego para famílias inteiras nas regiões produtores.

A produção de morangos é uma atividade econômica promissora, e o interesse pelo cultivo do morangueiro é crescente (Fagherazzi et al., 2016). Um dos grandes problemas relacionado à cultura é o seu manejo, principalmente pela presença significativa de doenças fúngicas, associados ao reduzido número de produtos registrados.

O morango está entre as espécies com maior sensibilidade às doenças, o que exige um manejo especialmente fitossanitário do produto, para que a fruta seja produzida com aparência e a produtividade capaz de proporcionar uma atividade rentável. Para o controle destas doenças, as aplicações de fungicidas são feitas, na maioria das vezes, de maneira incorreta e excessiva, ocasionado problemas de contaminação, além de resistência de fungos a determinados princípios ativos (Ghini; Kimati, 2002).

Outro problema comum nas cultivares de morango plantado no Brasil é a susceptibilidade às doenças, como o oídio, que reduz a produtividade e encarece o custo de produção. Além do mais, a falta de estudos epidemiológicos mais específicos que buscam avaliar as doenças que ocorrem na cultura prejudica a busca de um manejo integrado adequado que prejudica a qualidade do produto final.

O oídio é causado pelo fungo Sphaerotheca macularis, embora alguns autores mencionem o agente causal como S. humilii, é muito frequente em climas quentes e úmidos, manifesta-se sob a forma de manchas esbranquiçadas pulverulentas inicialmente na face inferior das folhas, de forma e distribuição irregular sobre as folhas, estolões, flores e frutos. As folhas atacadas murcham, enrolam-se em direção à nervura central, secam e caem, esta doença também afeta os frutos que inicialmente se apresentam descoloridos e manchados (Simon, 2005).

Este trabalho teve por objetivo avaliar a incidência de oídio (Sphaerotheca macularis) na cultura do morangueiro, em diferentes tipos de mudas nas condições do município de Farroupilha, RS.

MATERIAL E MéTODOS

O experimento foi conduzido em uma propriedade, localizada no município de Farroupilha, RS, entre outubro de 2017 e fevereiro de 2018.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, e parcelas constituídas por quarenta plantas. O sistema de plantio adotado foi suspenso em slabs e

ANAIS DO VIII SIMPÓSIO NACIONAL DO MORANGO

VIII ENCONTRO SOBRE PEQUENAS FRUTAS E FRUTAS NATIVAS DO MERCOSUL

cobertos com túneis, sendo o espaçamento de 30 cm, entre plantas, com uma linha de plantio por slab. A implantação do experimento foi realizada na primeira quinzena de maio de 2017.

Os tratamentos foram compostos por dois (02) tipos de mudas de morangueiro, raiz nua e torrão, sendo a cultivar adotada, ‘Pircinque’, uma cultivar de dia curto, com maturação de frutos precoce, que apresenta plantas com elevado vigor, principalmente em solos com elevada fertilidade, sendo necessário aporte nutricional.

As avaliações de oídio (S. macularis) foram realizadas a cada quinze dias entre outubro e fevereiro, no ciclo produtivo de 2017/2018. Foram contabilizadas 20 plantas de cada parcela. A incidência calculada pelo número de folhas com lesão, em relação ao numero total de folhas da planta, com resultado expresso em %.

Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias foram comparadas entre si por meio do teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro, com auxílio do programa estatístico SAS.

RESULTADOS E DISCUSSãO

Não houve diferença entre os tipos de mudas avaliadas, ‘Pircinque’ raiz nua e ‘Pircinque’ torrão, para incidência de oídio (S. macularis) (Tabela 1). Entretanto, as mudas de ‘Pircinque’ torrão só apresentam incidência da doença em 23/10/2017, enquanto que as mudas de ‘Pircinque’ raiz nua apresentaram incidência da doença desde a primeira avaliação, em 02/10/2017 (Figura 1). É importante salientar que mudas pequenas, com idade fi siológica avançada e sistema radicular suberizado (raiz nua), tem seu desempenho prejudicado durante o seu período produtivo, com impacto negativo. Mudas grandes e vigorosas (torrão) se estabelecem mais facilmente e exigem cuidados menos intensivos com relação ao manejo de doenças.

Tabela 01 - Incidência de oídio (Sphaerotheca macularis), nas condições de Farroupilha, RS, na safra 2017/2018.

Cultivar Incidência

‘Pircinque’ torrão 3,23 a

‘Pircinque’ raiz nua 8,40 a

CV (%) 13,76

Médias seguidas de mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

CONCLUSõES

Mudas de raiz nua da cultivar Pircinque são mais precoces do que mudas de torrão em relação ao aparecimento de incidência de oídio (Sphaerotheca macularis).

É fundamental o desenvolvimento de tecnologias que consideram a produção e tipos de mudas de morangueiro com a produtividade e também com fatores fitossanitários.

AGRADECIMENTOS

Ao grupo da Fruticultura do CAV-UDESC, pelo apoio no desenvolvimento do experimento, ao CAV/ UDESC, pelo fornecimento de transporte e infra-estrutura para a realização deste trabalho, a CAPES pelo concessão da bolsa e ao proprietário José Pasa, por ceder o espaço para consumação dessa experiência.

REFERêNCIAS

FAGHERAZZI, A. F. Avaliação de cultivares de morangueiro no Planalto Sul Catarinense. 2013. 105 f. Dissertação (Mes- trado em Produção Vegetal) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias, Campus de Lages, Lages.

FAGHERAZZI, A. F.; GRIMALDI, F.; KRETZSCHMAR, A. A.; MOLINA, A. M. R.; GONÇALVES, M. A.; ANTUNES, L. E. C.; BA- RUZZI, G.; RUFATO, L. Strawberry production progress in Brazil. Acta Horticulturae, v. 1156, p. 937-940, 2016.

GHINI, R.; KIMATI, H. Resistência de fungos a fungicidas. 2. ed. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2002. 78 p. REISSER JUNIOR, C.; ANTUNES, L. E. C.; STEINMETZ, S.; ALMEIDA, I. R.; RADIN, B. Variações na temperatura do ar e do solo sob a influência de filmes plásticos de diferentes cores na produção de morangueiro. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. 12 p. (Embrapa Clima Temperado. Comunicado Técnico, 260).

SIMON, N.; MENEGUZZO, A.; CALGARRO, A. Sistema de produção de morango para mesa na região da cerra gaucha e encosta superior do Nordeste. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho. 2005. (Embrapa Uva e Vinho. Sistema de Produção, 6). Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Morango/MesaSerraGaucha/index.htm>. Aces- so: 30 jul. 2018.

ANAIS DO VIII SImpóSIO NAcIONAl DO mOrANgO

VIII ENcONtrO SObrE pEquENAS FrutAS E FrutAS NAtIVAS DO mErcOSul

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