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Comparação germinativa de sementes provenientes de cinco espécies de jabuticabeiras

No documento Anais 2018. (páginas 93-96)

Cristian Medrado Canonico(2), Camila Kreczkiuski (2), Alberto Ricardo Stefeni (3), Américo Wagner Junior(4) e Carlos Eduardo Magalhães dos Santos (5)

(2) Acadêmico do Curso de Engenharia Florestal; Universidade Tecnológica Federal do Paraná; Dois Vizinhos, Paraná; cristianc@ alunos.utfpr.edu.br;

(3) Doutorando; Universidade Tecnológica Federal do Paraná; (4) Professor Orientador; Universidade Tecnológica Federal do Paraná;

(5) Professor Doutor; Universidade Federal de Viçosa;

INTRODUçãO

A jabuticabeira é fruteira nativa do Brasil, originária do centro-oeste/sul/sudeste e, pertencente à família Myrtaceae e ao gênero Plinia. Ao todo, encontram-se nove espécies, sendo as mais usadas e/ ou conhecidas P. peruviana Berg, tendo seu nome popular de jabuticaba-de-cabinho, P. cauliflora (DC) Berg, conhecida como jabuticaba-paulista ou jabuticaba-açu e P. jaboticaba (Vell.) Berg, conhecida como jabuticaba-sabará, esta última a mais utilizada no mercado comercial (Danner et al., 2011).

Rufino (2008) descreveu que a jabuticaba tem grande potencialidade econômica, tanto no ramo de comercialização de frutos in natura e/ou como derivados da fruta, podendo ser processada na forma de bebidas, sorvetes, doces, geleias e licores. Aliado a isso, estudos de Teixeira et al. (2008) apontaram que a casca da jabuticaba possui conteúdo de antocianinas que pode ser explorado pelo ramo farmacêutico. Levando-se em consideração tais informações, a fruta apresenta potencial para a indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica.

Todavia, são raros os pomares comerciais existentes, prevalecendo seu uso em fundos de quintal ou a colheita pelo extrativismo, o que não permite maior oferta da fruta ou regularidade em sua produção. Para que seja possível implantar pomares comerciais, parte-se da escolha do genótipo, bem como da forma de propagá-lo. Neste caso, ainda prevalece para jabuticabeiras o uso das sementes. Há estudos que buscam conservar o poder germinativo de suas sementes, bem como de técnicas para assegurar maior germinação e vigor; entretanto, há escassez de estudos que comparem o poder germinativo de sementes provenientes das diferentes espécies de jabuticabeiras que podem ser inseridas em pomares.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o poder germinativo de sementes provenientes de cinco espécies de jabuticabeiras.

MATERIAL E MéTODOS

O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Fisiologia Vegetal e conduzido na Unidade de Ensino e Pesquisa Viveiro de Produção de Mudas, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Dois Vizinhos (PR).

Foram utilizadas sementes de jabuticabeiras em cultivo no Estado de Minas Gerais. Foi utilizado delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, quatro repetições de 50 sementes cada. Os tratamentos consistiram de cinco genótipos de jabuticabeiras, sendo o T1 a jabuticabeira Silvestre (Plinia sp.); T2, jabuticabeira Sabará (Plinia jaboticaba); T3, jabuticabeira Cabinho (Plinia peruviana); T4, jabuticabeira Açú Paulista (Plinia cauliflora) e T5, jabuticabeira Rajada da Zona da Mata (Plinia sp.). Para a extração das sementes de jabuticabeira, a polpa foi retirada manualmente, procedendo-se primeiro à separação das sementes do fruto, que foram dispostas sobre peneira metálica de malha fina e submetidas à fricção, acrescentando-se cal virgem, para a retirada de toda a mucilagem.

durante 24 horas à sombra para retirada do excesso de umidade. Procedeu-se à semeadura em areia, mantida em caixas plásticas perfuradas em sua base, a fim de evitar o acúmulo de água. Em seguida, as caixas foram dispostas em telado com sombreamento de 50% e irrigação ministrada em dois turnos de 30 minutos cada por microaspersão, sendo o primeiro pela manhã e o segundo à tarde. Decorridos 150 dias, analisaram-se a emergência de plântulas (%), índice de velocidade de emergência (IVE) e tempo médio de emergência (TME). Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Liliefors, efetuando-se a transformação para emergência e IVE com uso . Para TME, não foi necessária utilização de transformação, pois os mesmos foram adequados a todos os pressupostos do modelo matemático. Então, procedeu-se à análise de variância e teste Duncan, a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSãO

Houve efeito significativo dos diferentes genótipos de jabuticabeiras para emergência de plântulas (%) e TME, não ocorrendo o mesmo para IVE (Tabela 1). As sementes provenientes das jabuticabeiras Rajada da Zona da Mata, Açu Paulista e Sabará apresentaram a maior emergência de plântulas, comparativamente às sementes provenientes das jabuticabeiras Silvestre e de Cabinho, sendo que, até o momento da avaliação, as sementes provenientes da jabuticabeira Silvestre não haviam apresentado emergência de plântulas.

O que se observou foram valores de emergência de plântulas muito abaixo do que já foi descrito na literatura, podendo tal fato estar relacionado ao tempo em que as sementes permaneceram aderidas ao fruto após a colheita, o que pode ter desencadeado processo fermentativo que afetou a viabilidade de muitos embriões. Além disso, o substrato utilizado foi areia, o que pode não ter sido o mais adequado, uma vez que a semente exige maior conteúdo de água para sua emergência e tal material tende a reter menos umidade comparativamente a outros como vermiculita, utilizado por Alexandre et al. (2006).

Tabela 01 - Emergência de plântulas (%), índice de velocidade de emergência (IVE) e tempo médio de emergência (TME) de sementes provenientes de cinco genótipos de jabuticabeiras. Dois Vizinhos, 2018.

Tratamentos Emergência (%) * IVE TME (dias)

Jabuticaba Silvestre 0,00 b 0,00 a 0,0 b

Jabuticaba Sabará 9,29 a 0,04 a 38,76 a

Jabuticaba Cabinho 0,56 b 0,00 a 53,14 a

Jabuticaba Açú Paulista 9,47 a 0,05 a 35,045 a

Jabuticaba Rajada da

Zona da Mata 14,01 a 0,05 a 49,55 a

CV (%) 33,81 8,82 29,03

* Médias seguidas de letras minúsculas distintas na coluna diferem entre si, pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.

Todavia, ressalta-se que apesar desta baixa emergência de plântulas, verificaram-se diferenças na emergência de plântulas entre as sementes provenientes dos diferentes genótipos de jabuticabeiras testados, fato não observado para o vigor, pois o IVE e as médias obtidas para o TME não diferiram estatisticamente entre os tratamentos avaliados. Em média, o TME foi de 44 dias, resultado próximo ao alcançado pela descrição de Donadio (2000), que relatou que a germinação de sementes de jabuticabeira ocorre de 10 até 40 dias após a semeadura.

CONCLUSõES

As sementes provenientes dos diferentes genótipos de jabuticabeiras apresentaram distinto poder germinativo, sendo a Rajada da Zona da Mata, Açu Paulista e Sabará os genótipos que apresentaram as sementes com maior emergência de plântulas.

ANAIS DO VIII SImpóSIO NAcIONAl DO mOrANgO

VIII ENcONtrO SObrE pEquENAS FrutAS E FrutAS NAtIVAS DO mErcOSul AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Doutor Carlos Eduardo Magalhães dos Santos pela disponibilidade das sementes utilizadas no presente trabalho.

REFERêNCIAS

ALEXANDRE, R. S.; WAGNER JÚNIOR, A.; NEGREIROS, J. R. S.; BRUCKNER, C. H. Estádio de maturação dos frutos e substratos na germinação de sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de jabuticabeira. Revista Brasileira de Agrociência, v. 12, n. 2, p. 227-230, 2006.

DANNER, M. A.; CITADIN, I.; SASSO, S. A. Z.; SACHET, M. R.; MAGALI, G. Modo de reprodução e viabilidade de pólen de três espécies de jabuticabeira. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 33, n. 2, p. 345-352, 2011.

DONADIO, L.C. Jabuticaba (Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg). Jaboticabal: Funep, 2000. 55 p. (Série Frutas Nativas, 3). RUFINO, M. do S. M. Propriedades funcionais de frutas tropicais brasileiras não tradicionais. 2008. 237 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Faculdade de Agronomia, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró.

TEIXEIRA, L. N.; STRINGHETA, P. C.; OLIVEIRA, F. A. de. Comparação de métodos para quantificação de antocianinas. Revista Ceres, v. 55, n. 4, p. 297-304, 2008.

Adaptação inicial do mirtileiro (Vaccinium sp.) cv. Bluecrisp na Região

No documento Anais 2018. (páginas 93-96)

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