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Crescimento de mudas de morangueiro ‘Camarosa’ a partir da aplicação de Proexadione cálcio (1)

No documento Anais 2018. (páginas 79-82)

Caroline Farias Barreto(2), Savana Irribarem Costa(2), Andressa Vighi Schiavon(³), Tais Barbosa Becker(2) e Luis Eduardo Correa Antunes(4)

(1) Trabalho executado com recursos do CNPq, Capes, Embrapa MP2 02.014.01.19.00.00

(2) Doutoranda em Agronomia; Universidade Federal de Pelotas; Pelotas, RS; E-mail: carol_fariasb@hotmail.com, vana_ irribarem@hotmail.com; taisbarbosabecker@hotmail.com.

(3) Mestranda em Agronomia; Universidade Federal de Pelotas; Pelotas, RS; E-mail: andressa.vighi@gmail.com. (4) Pesquisador; Embrapa Clima Temperado. Pelotas, RS; E-mail: luis.antunes@embrapa.br

INTRODUçãO

No Brasil grande partes das mudas utilizadas no plantio de morangueiro são importadas da Patagônia (Argentina e Chile), devido às excelentes condições de cultivo deste local (Antunes; Peres, 2013; Gonçalves et al., 2016). Assim, os produtores tornam-se dependentes das mudas importadas, necessitando adaptar a época do plantio das lavouras à época de chegada das mudas (Dal Picio et al., 2013).

Com a finalidade de reduzir a dependência dos produtores em utilizar mudas importadas, uma das alternativas propostas é o uso de mudas produzidas no Brasil, obtidas de plantas matrizes cultivadas em ambiente protegido (Menzel; Smith, 2012). No entanto, as iniciativas de produção de mudas nacionais têm sido realizadas no verão, mas são plantadas somente no final desta estação ou no outono seguinte. Como as mudas nacionais permanecem em ambiente protegido durante alguns meses até serem plantadas na lavoura, estas por sua vez desenvolvem excessiva parte área e raízes. Deste modo, essas mudas necessitam do controle do crescimento vegetativo (Pereira et al., 2016). Para reduzir o crescimento vegetativo das plantas pode se fazer o uso de reguladores de crescimento. Entre os reguladores de crescimento utilizados na fruticultura, o proexadione cálcio (ProCa) pode ser uma alternativa viável. O ProCa é um fitorregulador que inibe as etapas finais da biossíntese da giberelina (Hawerroth; Petri, 2014; Pasa; Einhornet, 2017) que reduz os níveis endógenos desse hormônio e o acúmulo do seu precursor, ocasionando a redução do desenvolvimento vegetativo.

Deste modo, é necessário controlar o crescimento da parte aérea das mudas nacionais produzidas em substrato e em ambiente protegido visando o maior acumulo de reservas nas mudas, evitando estiolamento e enovelamento radicular. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes concentrações de ProCa no controle de crescimento de mudas de morangueiro ‘Camarosa’.

MATERIAL E MéTODOS

O experimento foi realizado em casa de vegetação da Embrapa Clima Temperado, localizada no município de Pelotas, Rio Grande do Sul durante os meses de março a maio de 2018. As mudas da cultivar Camarosa foram produzidas por meio do enraizamento de estolões retirados de plantas matrizes que foram plantadas em novembro de 2017 e mantidas em telhas cobertas com polietileno. Os estolões foram colocados para enraizar em março de 2018 em bandejas de poliestireno de 72 células com substrato Carolina Soil Padrão®.

As mudas permaneceram por dez dias em câmara de nebulização, no período inicial de enraizamento. Posteriormente, as mudas foram transferidas para câmara de aclimatação, onde foram mantidas por 20 dias, sob irrigação controlada (período de desenvolvimento). Após as mudas foram submetidas aos tratamentos para o controle do crescimento, sendo realizada a aplicação do regulador de

A Concentrações de ProCa (mg L-1) 0 150 300 450 600 C om pr im ent o m édi o do ´ pec íol o ( cm ) 4 5 6 7 8 9 y = 7,74627 - 0,01429x 0,00002x² (R² = 0,80577) B Concentrações de ProCa (mg L-1) 0 150 300 450 600 Á rea f ol iar tot al ( cm 2 pl ant a -1) 100 120 140 160 180 200 220 y = 207,97 - 0,3308x + 0,0003x2 (R² = 0,9989)

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro concentrações de ProCa: 0, 150, 300 e 600 mg L-1, com 4 repetições, sendo cada repetição composta por 12 plantas. Aos 60

dias após o inicio do período de desenvolvimento foram realizadas as seguintes avaliações: comprimento do pecíolo (cm), mensurado com auxilio de uma régua graduada; diâmetro de coroa (mm), mensurado com o auxílio de um paquímetro digital; área foliar total (cm2 planta-1), mensurada pela utilização do

equipamento LI-3100C Area Meter (Li-Cor Inc., Lincoln, NE, USA); e massa seca da coroa obtida por meio de secagem em estufa a 65 °C até atingir peso constante.

Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e quando significativo foi realizada análise de regressão.

RESULTADOS E DISCUSSãO

O comprimento médio do pecíolo das mudas de morangueiro cultivadas em substrato apresentou comportamento quadrático, onde a maior comprimento foi observada com a concentração 0 (sem aplicação de ProCa) (Figura 1A). Observou-se que o comprimento do pecíolo das mudas de morangueiro diminuem com o uso de ProCa, independente da concentração. Esses resultados também foram verificados em mudas de morangueiro por Pereira et al. (2016).

Figura 01 - Comprimento médio do pecíolo (A) e área foliar total (B) em resposta à aplicação de concentrações de proexadione cálcio (ProCa) em mudas de morangueiro ‘Camarosa’ cultivadas em substrato.

A concentração de ProCa teve efeito significativo sobre a área foliar total das mudas de morangueiro (Figura 1B). A área foliar das mudas de morangueiro reduziu com o aumento da concentração de ProCa. Esse efeito, provavelmente, seja devido ao ProCa atuar na inibição da síntese de giberelina, reduzindo os níveis desse hormônio e, assim, inibindo a elongação celular e o crescimento das folhas (Pereira et al., 2016; Taiz et al., 2017).

As concentrações de ProCa não alteraram o diâmetro da coroa e a massa seca da coroa de mudas de morangueiro (Tabela 1). Desta forma, a aplicação de ProCa reduziu as características vegetativas das mudas, enquanto não alterou os parâmetros avaliados nas coroas. O fato do ProCa não alterar no diâmetro e massa seca das coroas é uma característica favorável, pois as reservas das mudas de morangueiro encontram-se na coroa e nas raízes, sendo que a qualidade da muda diminui com o menor acumulo de reservas (Cocco et al., 2015).

ANAIS DO VIII SImpóSIO NAcIONAl DO mOrANgO

VIII ENcONtrO SObrE pEquENAS FrutAS E FrutAS NAtIVAS DO mErcOSul

Tabela 01 - Diâmetro da coroa, massa seca da coroa e massa seca foliar em resposta à aplicação de concentrações de proexadione cálcio (ProCa) em mudas de morangueiro ‘Camarosa’ cultivadas em substrato.

Concentração de ProCa Diâmetro da coroa (mm) Massa seca da coroa (g)

0 8,64 2,21 150 9,75 2,80 300 9,28 2,58 600 9,70 2,45 CV(%) 8,24 18,48 Linear ns ns Quadrática ns ns

CV (%) = Coeficiente de variação. ns = não significativo.

CONCLUSõES

O comprimento do pecíolo e área foliar das mudas de morangueiro, diminui a partir da concentração de 150 mg L-1 de proexadione cálcio.

O diâmetro da coroa e a massa seca da coroa de mudas de morangueiro não alteram com a aplicação de proexadione cálcio.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Capes e CNPq pelo apoio financeiro e à Embrapa Clima Temperado pela estrutura física e de pessoal disponibilizada.

REFERêNCIAS

ANTUNES, L. E. C.; PERES, N. A. Strawberry production in Brazil and South America. International Journal of Fruit Science, v. 13, n. 1-2, p. 156-161, 2013.

COCCO, C.; GONÇALVES, M. A.; PICOLOTTO, L.; FERREIRA, L. V.; ANTUNES, L. E. C. Crescimento, desenvolvimento e produção de morangueiro a partir de mudas com diferentes volumes de torrão. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 34, n. 4, p. 919-927, 2015.

DAL PICIO, M.; ANDRIOLO, J. L.; JÄNISCH, D. I.; SCHMITT, O. J; LERNER, M. A. Fruit yield of strawberry stock plants after runner tip production by different cultivars. Horticultura Brasileira, v. 31, n. 3, p. 375-379, jul./set. 2013.

HAWERROTH, F. J.; PETRI, J. L. Crescimento vegetativo de macieiras ‘Fuji suprema’ sob influência da época de aplicação de proexadione cálcio. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 36, n. 2, p. 373-380, 2014.

MENZEL, C. M.; SMITH, L. Effect of time of planting and plant size on the productivity of ‘Festival’ and ‘fForida Fortuna’ strawberry plants in a subtropical environment. Hort Technology, v. 22, p. 330-337, 2012.

PASA, M. S.; EINHORN, T. C. Prohexadione calcium on shoot growth of ‘Starkrimson’ pear trees. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 52, n. 2, p. 75-83, 2017.

PEREIRA, I. S.; GONÇALVES, M. A.; PICOLOTTO, L.; VIGNOLO, G. K.; ANTUNES, L. E. C. Controle do crescimento de mudas de morangueiro ‘Camarosa’ cultivadas em substrato comercial pela aplicação de proexadione cálcio. Revista de Ciências Agrárias/Amazonian Journal of Agricultural and Environmental Sciences, v. 59, n. 1, p. 93-98, 2016.

TAIZ, L.; ZEIGER, E.; MOLLER, I. M.; MURPHY, A. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 858 p.

Caracterização física de diferentes genótipos de morangueiro cultivados em

No documento Anais 2018. (páginas 79-82)

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