• Nenhum resultado encontrado

13álogo exige um elemento de |cenário| Isso

Tipos de representação em ASL 1 Paul G Dudis

13álogo exige um elemento de |cenário| Isso

não se aplica apenas para ação construída, mas também para qualquer representação de evento. Além do |cenário|, o que também é constante entre os vários tipos de combina-

ções de evento, que serão descritos adiante,

é um elemento de |progressão temporal| (e isso também parece ser o que, basicamente, distingue combinações de cenário de combi- nações de evento). Como descrito em Dudis 2004b, esse elemento é o resultado da inte- gração de elementos de progressão temporal, a partir de dois inputs. O elemento tempo- ral no Espaço-Real é a progressão de tempo percebida no presente. Similarmente aos vá- rios graus de autoconsciência que temos de nós mesmo em um dado momento, também não estamos continuamente conscientes da progressão de tempo. Existem certas experi- ências em que essa consciência vem à tona, como quando se deseja ajustar a taxa de in- termitência do cursor em um monitor de computador. O correspondente a esse com- ponente temporal do Espaço-Real é o Tem- po-do-Evento, ou seja, a progressão temporal associada ao evento que está sendo descrito. A |progressão temporal| é mostrada nos dia- gramas, por uma seta abaixo da caixa, como visto na Figura 10, anteriormente.

Os eventos são comumente representa- dos do ponto de vista de um |agente sujeito|, o resultado da integração do sujeito do Es- paço-Real com o participante que tem status de agente no input do Espaço-do-Evento. Já que outros participantes animados do evento também são sujeitos, eles são correspondentes em potencial do sujeito do Espaço-Real. Na verdade, existem representações do ponto de vista do, digamos, |paciente|. O que é interes- sante nessas representações com outros pon- tos de vista que não o do |agente| é que existe,

tipicamente, outro componente combinado visível (enquanto no diálogo construído, por exemplo, só existe um elemento combinado visível). Por exemplo, em uma representa- ção de um soco, o sinalizante pode direcio- nar um punho para seu queixo. Existem duas maneiras de interpretar essa representação, se a considerarmos isoladamente. Uma ma- neira é que o sinalizante está representando alguém dando um saco em si mesmo. Nesse caso, só existe um elemento combinado vi- sível, a |pessoa-que-soca-a-si-mesma|. Ou- tra interpretação é que o sinalizante é visto como a |vítima| e que o |punho| pertence a um |agressor|. Essa interpretação exige sepa-

ração (partitioning) (Dudis 2004a) do pu-

nho do sinalizante do resto de seu corpo. O punho então fica disponível para se integrar com o punho do agressor, enquanto o sujeito do Espaço-Real se integra com a vítima. Uma das mãos da |vítima| não é visível, mas através da complementação de padrão, ela permane- ce conceitualmente presente na combinação. Com separação e complementação do pa- drão, o sinalizante tem a habilidade de criar componentes visíveis distintos em combina- ções de evento, ao mesmo tempo permitindo que se mantenha um ponto de vista único durante a representação. Também é possível separar a porção do rosto que é usada para criar expressões faciais, assim como a região inferior do rosto que inclui a boca e as boche- chas. O rosto inteiro (com exceção dos olhos) pode participar na criação de uma |expressão facial| visível que é distinta da expressão do |sujeito| (que não seria visível, pelo menos não completamente), como pode ser visto na representação de alguém notando um olhar severo sendo direcionado para si. A boca-se- parada pode ser usada para produzir o que parece ser unidades onomatopéicas repre-

Paul Dudis

Questões T

eóricas das P

esquisas em Línguas de Sinais

14

sentando fenômenos relacionados à audição e à vibração nos eventos, por exemplo, aquele produzido quando dois objetos colidem.

Outros tipos de representação de evento são possíveis por meio da seleção de menos componentes do Espaço-Real. Os eventos, que não apresentam um participante anima- do, por exemplo, um raio atingindo uma ár- vore numa floresta durante uma tempestade, podem ser representados com um cenário, um ponto de visualização e progressão tem- poral do Espaço-Real. Não é necessário que o sinalizante testemunhe o evento pessoalmen- te para representá-lo; uma reconstrução do evento depois do fim da tempestade ou mes- mo apenas imaginação é suficiente. A árvore e a floresta do Espaço-do-Evento se integra- riam com seus correspondentes espaciais no Espaço-Real para criar |árvore| e |floresta|. Uma localização v (esse é apenas um rótulo para um local escolhido dentro do cenário) se integraria com o ponto de visualização do Espaço-Real, resultando em um |ponto de vi- sualização| a partir do qual o raio é descrito. A ação do raio é representada por um verbo na qual a trajetória do |raio| é visível. Essa combinação é semelhante à combinação da cozinha-observador, nos seguintes aspectos: ambas têm um |cenário| e um |ponto de vi- sualização| e ambas representam uma relação entre uma |figura| e uma |base| (|luminária| e |teto|; |raio| e |árvore|). Uma diferença cru- cial entre a combinação de evento e a combi- nação de cenário é a existência de um com- ponente temporal combinado no primeiro. A comparação dos diagramas mostra até que ponto existe um paralelo entre a combinação do raio, mostrada na Figura 14, e a combi- nação da cozinha. As Figuras 14 e 11 são, basicamente, idênticas, a não ser pela seta na primeira, que representa um componente temporal integrado.

Figura 14

Existe uma associação ente o sujeito e a progressão temporal do Espaço-Real com- parável à relação entre o ponto de visuali- zação e o cenário do Espaço-Real. O ponto de visualização do Espaço-Real é um ponto específico dentro de um cenário do Espaço- Real maior e o primeiro, claramente, não pode existir fora do segundo. A adoção de um ponto de visualização imaginado não é possível sem um cenário imaginado. Assim, se o sinalizante cria uma combinação de es- paço do observador, sabemos que o sinali- zante integrou não apenas os componentes do cenário, mas, também, o ponto de visua- lização do Espaço-Real com uma localização no cenário representado. Essas integrações não ocorrem em combinações diagramáticas de cenário (Figura 13), nas quais um cenário é representado sem integração do ponto de visualização do sinalizante na combinação. O sujeito do Espaço-Real é caracterizado acima como auto-consciente e ser auto-consciente é algo que ocorre em uma dimensão temporal. De modo mais geral, um intervalo de tempo é necessário para abarcar qualquer conceito. Langacker (1987) distingue esse tempo de

processamento de tempo concebido. Por

exemplo, é possível visualizar as folhas de uma árvore mudando de verde para verme- lho e laranja. A taxa de mudança pode ser

Tipos de representação em ASL

Questões T

eóricas das P

esquisas em Línguas de Sinais

1

Outline

Documentos relacionados