• Nenhum resultado encontrado

1Gramática Cognitiva, podemos, então, dizer

Tipos de representação em ASL 1 Paul G Dudis

1Gramática Cognitiva, podemos, então, dizer

que a representação tem um papel no léxico da ASL, no qual conceitos como |cenário| e |sujeito| são componentes essenciais de cer- tas unidades. Unidades simbólicas são vistas como contendo uma rede em que as unida- des do nível mais baixo têm mais especifica- ções semânticas e fonológicas e aquelas que estão nos níveis mais altos são, sucessivamen- te, mais esquemáticas com relação às infor- mações semântica e fonológica. O papel da representação se estende para a gramática da ASL? A Gramática Cognitiva e as abordagens construcionais à gramática (como Goldberg 1995) não supõem uma rígida divisão entre gramática e léxico, afirmando que as unida- des frasais e oracionais devem ser, também, tratadas como pares formadores-de-signifi- cado. Isso significa que, se descobrirmos que a representação desempenha um papel em expressões multi-morfêmicas ou expressões multi-palavras, isso sugeriria que a represen- tação tem, também, um papel na gramática.

te um |sujeito que explica| visível, o resultado da integração do sinalizante do Espaço-Real e da pessoa que explica (explainer), um dos participantes do evento codificado no verbo EXPLICARy. Esse |sujeito| e outros traços,

incluindo-se a prolongada duração, sugerem que a forma aspectual é comparável com FA- ZER-COISAS, exceto que a forma aspectual é analisável como sendo multi-morfêmica. Como mencionado antes, não é possível pro- duzir EXPLICARy em uma combinação de

evento, além de instâncias de diálogo cons- truído; então esse sinal não seria analisado como tendo um |sujeito| ou um componente de |progressão temporal|. A forma aspectual pode ser analisada e a fonte óbvia é o esque- ma construcional aspectual que a forma ins- tancia. O esquema construcional é um esque- ma produtivo, uma vez que existem várias incidências desse esquema, por exemplo, as formas duracionais de ESPERAR (WAIT) e USAR-TECLADO (USE-KEYBOARD), todas exibindo pistas associadas ou com o |sujei- to| ou com a |progressão temporal|. (Klima e Bellugi 1979 e Liddell 2003 usam o termo “aspecto duracional” para nomear um tipo de construção aspectual, o que parece apro- priado para a forma aspectual aqui descrita). Outros esquemas construcionais aspectuais, inclusive o esquema construcional inceptivo não-realizado (Liddell 1984), são, também, analisados como detentores de, no mínimo, um componente de |progressão temporal|. Uma vez que é na progressão temporal que os processos morfológicos se fazem sentir, isso sugere que componentes representativos são encontrados, não apenas no léxico, mas, também, na gramática.

Voltando à tese desenvolvida nessa seção, a não-iconicidade dos articuladores manuais em EXPLICARy ou outro sinal componen-

te envolvido na criação de formas aspectuais Figura 27

A Figura 7b, repetida aqui como Figura 27, ilustra parcialmente a forma aspectual de EXPLICARy. Como discutido na Seção 2, não

se percebe, de imediato, de que os articulado- res manuais de EXPLICARy são icônicos, o

Paul Dudis

Questões T

eóricas das P

esquisas em Línguas de Sinais

1

não impede que uma combinação de evento esteja ativa. Isso se deve ao fato de que os ar- ticuladores agora fazem parte de uma expres- são representativa produzida por integração de um verbo com um esquema construcional aspectual. Assim, esse é um caso da relação esquema-instância que satisfaz a condição de que unidades ou gestos lingüísticos produzi- dos com um |sujeito| ativo estejam associados com a |progressão temporal|. A natureza não- representativa dos articuladores não significa que eles não contribuem para a combinação. Ao invés disso, eles podem ser vistos como marcadores temporais cuja presença estendi- da mapeia, de uma forma icônica, a duração do evento sendo representado.

Mais evidências de que a representação de- sempenha papel na gramática da ASL se encon- tra nas construções de mudança-de-estado da ASL (Dudis 2004b). A Figura 18, repetida aqui como Figura 28, parcialmente ilustra a repre- sentação de um evento em que um indivíduo pratica uma habilidade, como fazer cestas ou soletração manual, até que um nível mais alto de competência seja alcançado. Analiso essa expressão como sendo uma instância de uma construção gradual de mudança-de-estado.

A primeira parte da construção tem uma forma aspectual, aqui uma forma duracional de PRATICAR. Enquanto continua a produ- zir a forma aspectual, o sinalizante lentamen- te move sua cabeça para trás, o que represen- ta não o movimento real da cabeça, mas um reconhecimento de que uma mudança está começando a ocorrer. Próximo ao fim da expressão, o sinalizante produz SER-HABI- LIDOSO (BE-SKILLED) com a cabeça retor- nando à posição neutra. Uma vez que nem PRATICAR nem SER-HABILIDOSO são unidades representativas, a representação na Figura 27 é atribuída ao complexo esquema construcional. A associação que os articula- dores de PRATICAR têm com a |progressão temporal| é similar àquela que os articulado- res de EXPLICARy têm na forma aspectual.

Isso sugere que uma construção aspectual é parte dessa construção de mudança-de-esta- do. SER-HABILIDOSO descreve a mudança resultante e inclui a parte final da porção ma- nual da construção. Sua produção pode ser vista como marca do ponto na |progressão temporal| em que a mudança prevista é com- pletada. O conjunto de sinais não-manuais é um componente de um esquema constru- cional de mudança-de-estado. Parece que a informação fonológica do sinal não-manu- al durante a fase inicial é esquemática, pelo menos no que se refere ao movimento da ca- beça, mas é específico para as seguintes fases (a cabeça, vagarosamente, se move de volta, etc.). Novamente, o movimento de cabeça está associado à aparição de uma mudança prevista. No geral, existe ampla evidência de que esse esquema construcional é uma uni- dade representativa, na gramática da ASL. O fato de essa construção representar uma mu- dança-de-estado esquemática explica porque sua incidência pode ser produzida com um |sujeito| ativo.

Tipos de representação em ASL

Questões T

eóricas das P

esquisas em Línguas de Sinais

1

Outline

Documentos relacionados