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14em DVD), para uma verificação da uniformi-

Dêixis, anáfora e estruturas altamente icônicas: evidências in terlingüísticas nas línguas de Sinais Americana (ASL), Francesa

14em DVD), para uma verificação da uniformi-

dade das transcrições e das metodologias de codificação.

O foco das análises foi as expressões re- ferenciais utilizadas no texto para introduzir (deiticamente) e retomar (anaforicamente) os referentes animados e inanimados sim- bolizados nas narrativas. Dividimos todas as expressões referenciais em duas classes prin- cipais: (a) sinais padrões e (b) EAI.

A primeira classe (doravante SPR) in- cluiu: (1) todos os sinais de grande carga se- mântica que aparecem com freqüência nos dicionários de LS (por exemplo, os sinais padrões para ‘sapo’, ‘cavalo’, e ‘pote’); (2) apontações manuais usadas para posicionar os referentes em determinados pontos do es- paço de sinalização.

A segunda classe incluiu todas as EAIs, distribuídas nas três classes principais (TF, TS e TP), como descritas na seção 1.1 aci- ma. Observe-se que, para os propósitos do presente estudo, os subtipos TF e TS de EAI foram agrupados em uma única categoria (TF/TS), na seção de descrição de resultados a seguir.

Distinguimos um terceiro tipo de produ- ção dêitico-anafórica que inclui combinações ‘mistas’ (doravante ‘MIX’) de EAI e sinais PDR (por exemplo, uma TF produzida com uma única mão que veiculava o significado de ‘pote’, acompanhada por uma apontação manual produzida com a outra mão, signifi- cando ‘este pote’).

Ao analisar a distribuição dos sinais PDR em oposição às EAI, nas operações de refe- rências dêitico-anafóricas, exploramos pos- síveis diferenças relativas ao status (animado x inanimado) dos referentes simbolizados no discurso. Por fim, examinamos a incidência das MR (como definidas e descritas acima – veja os exemplos [4] e [5]), calculando sua

proporção nos textos, como mostraremos a seguir. Agrupamos todas as ocorrências de referências dêitico-anafóricas e, então, divi- dimos o número de casos em que uma MR foi realizada pelo número total de operações de referência dêitico-anafóricas produzidas.

3. Resultados: A importância das EAI enquanto recursos dêitico-anafóricos nas narrativas sinalizadas

Os principais resultados desse estudo estão resumidos na Tabela 1 e nas Figuras 1-5, mostradas abaixo. Na tabela e nas figuras, os sinalizantes individuais são indicados por sua língua e diferenciados por números (por exemplo: LIS-1, LIS-2 e LIS-3 indicam os três sinalizantes da LIS). A Tabela 1 mostra o número total de ocorrências (e a porcentagem relativa) dos artifícios de referência dêitico- anafórica, identificados nos textos produzidos por cada sinalizante, e divididos em sinais padrões, EAI e produções mistas compostas de sinais padrões e EAI.

Tabela 1

Distribuição geral (número e porcentagens relativas) de sinais padrões (PDR), EAI e produções mistas de sinais padrões e EAI (MIX) usados como artifícios de referência dêitico-anafórica nos textos da ‘história do sapo’ produzidos pelos três sinalizantes de LIS e de ASL e nos textos da ‘história do cavalo’ produzidos pelos três sinalizantes de LSF

Língua

Sinalizantes ocorrências Número de %

PDR EAI mix TOT PDR EAI mix TOT

LIS-1 26 77 0 103 LIS-1 25 75 0 100 LIS-2 23 96 0 119 LIS-2 19 81 0 100 LIS-3 27 118 1 146 LIS-3 18 81 1 100 ASL-1 28 96 3 127 ASL-1 22 76 2 100 ASL-2 38 105 0 143 ASL-2 27 73 0 100 ASL-3 26 100 0 126 ASL-3 21 79 0 100 LSF-1 5 41 0 46 LSF-1 11 89 0 100 LSF-2 12 42 0 54 LSF-2 22 78 0 100 LSF-3 8 62 1 71 LSF-3 11 87 1 100

Elena Pizzuto, Paolo Rossini, Marie-Anne Sallandre e Erin Wilkinson

Questões T

eóricas das P

esquisas em Línguas de Sinais

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Como pode ser observado, a partir do nú- mero total de ocorrências mostrado na parte es- querda da Tabela 1, embora os textos analisados tenham aproximadamente a mesma duração (1 minuto), as histórias ‘do cavalo’, produzidas pelos sinalizantes de LSF, contêm um número menor de ocorrências de referência dêitico- anafórica (entre 46 e 71), em comparação com o número maior de ocorrências encontrado nas seqüências da história ‘do sapo’, produzidas pe- los sinalizantes de LIS e de ASL (entre 103 e 146, ou seja, um número quase duas vezes maior). Isso mostra que a história específica utilizada e, mais provavelmente, a ‘extensão’ diferente das histórias em termos do número de figuras que as compõe, influencia a produção da língua, ao menos de um ponto de vista quantitativo, o que não é nenhuma surpresa.

Ao examinarmos a distribuição dos dife- rentes tipos de recursos dêitico-anafóricos nas três línguas consideradas, observamos que as porcentagens relativas, mostradas na parte di- reita da Tabela 1, apontam para o fato de que as EAI são, de longe, os recursos mais freqüen- temente usados nessas línguas, para se fazer a referência dêitico-anafórica. De fato, elas são produzidas em proporções bastante altas e si- milares na LIS (75% a 81%), na ASL (73% a 79%) e na LSF (78% a 89%). Em contrapartida, a categoria dos sinais PDR corresponde a pro- porções consideravelmente menores (de 11% até no máximo 25%), enquanto as produções mistas correspondem a uma proporção total insignificante, numa faixa de 0% a 2%.

As Figuras de 1a 5 abaixo fornecem uma descrição mais pormenorizada das regulari- dades que identificamos entre as línguas. A Figura 1 focaliza a referência dêitica a refe- rentes animados e inanimados (reunidos em uma única categoria), mostrando a distribui- ção (em porcentagem relativa) dos PDR, das EAI e das produções mistas.

Figura 1- Referência dêitica a referentes animados e inanimados: distribuição (%) dos sinais padrões (PDR), das EAI e das produções

mistas (MIX) nos textos produzidos por sinalizantes da LIS, da ASL e da LSF Os dados mostrados na Figura 1 destacam que em todas as três línguas de sinais, com apenas uma exceção, os sinais padrões cons- tituíram a forma preferida para se introduzir, por referência dêitica, referentes animados e inanimados no discurso (uma faixa de 50% a 83%). As EAI foram menos freqüentes, mas mesmo assim ocorreram em proporções significativas (17% a 45%). Um sinalizante (LSF-1) não seguiu esse padrão e usou as EAI com muito mais freqüência (83%) do que os sinais padrões. As produções mistas também ocorreram, em pequenas proporções, nos textos de dois sinalizantes (LIS-3 e LSF-3).

Dêixis, anáfora e estruturas interlingüísticas nas Línguas de Sinais Americana (ASL), Francesa (LSF) e Italiana (LIS)

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