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Escala entre Não-actuação e Actuação

Parte 1: Considerações sobre a Abordagem Metodológica a Adoptar 4.1 Natureza Dinâmica e Complexa do Estudo

V. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

5.2 Categorização de Declarações do Painel de Especialistas

A tradução das entrevistas de inglês e francês para português foi realizada pela investigadora. Num primeiro momento, que não vem aqui exposto, os entrevistados concordaram que a denominação de “Applied Theatre”, em inglês, ou de “Théâtre Animation” e “Théâtre Action”, em francês, corresponde ao termo Teatro Social. Por uma questão de maior facilidade de compreensão para os leitores, decidiu-se aplicar sempre o mesmo termo Teatro Social (TeS), independentemente do utilizado originalmente pelo entrevistado.

5.2.1 Definição de Teatro Social

5.2.1.1 Origens do Termo e Influências/ Princípios Teórico Prático Comuns

1. Penso que existem vários termos diferentes para formas de teatro que em geral trabalham com pessoas que não são necessariamente treinadas como artistas, ou estão em comunidades que não têm acesso às artes, ou que foram de algum modo económica, social ou culturalmente discriminadas e marginalizadas. Existe o “quem” e o “onde” que penso ser realmente importante. (…) (O “porquê” do TeS) deve ser a política para com o trabalho – e esta é uma área difícil (…) – um desejo de ver uma espécie de compromisso para com a noção de justiça social. (Thom) (DEF com) 2. O meu tipo de TeS é dirigido a qualquer pessoa de alguma forma marginalizada ou

sem uma voz reconhecida; tenta-se autorizar essa voz – e não criá-la porque as pessoas já têm vozes – mas libertar as vozes das pessoas que normalmente não são ouvidas na sociedade. (Plast) (DEF com)

3. Teatro Aplicado (ou Teatro Social) tem esse sentido de se tentar que a sua forma de arte seja relevante. (Thom) (DEF orii)

4. Sempre houve junto dos artistas um problema de reconhecimento. Há um mau processo entre o que podemos apelidar de social, sociocultural e o verdadeiro teatro e eu não gosto dessa separação. Combato-a por todos os meios. (Miché) (DEF orii) 5. TeS é uma construção ocidental de um ambiente académico. (Schn) (DEF orii) 6. (TeS) Nunca irá mudar o mundo. (Plast)

7. Sou uma optimista do momento e das pequenas coisas aglutinadas, mas uma pessimista global e a longo termo. (Mahy) (DEF com)

8. (TeS) é um compromisso, um envolvimento pessoal com o mundo; espero bem que haja um compromisso para com a justiça social, mas não se dita exactamente qual a forma que irá tomar (…). Suponho que se aproxime de um modelo social de mudança. (Thom) (DEF com)

9. Um pouco como por toda a parte agora na sociedade, (em TeS) trata-se de reabilitar a complexidade, no bom sentido do termo. (Mahy) (DEF com)

10. A questão não é tanto transformar as sociedades, mas as sociedades serem capazes de serem compreensíveis e terem os indivíduos dentro de si, não é transformar os indivíduos. (Schn) (DEF com)

11. Obviamente que neste processo os indivíduos são transformados, (…) mas não é apenas às expensas dos indivíduos de grupos específicos. (Schn). (DEF com) 12. O Teatro (Social) deveria ser, tal como diz Barba, um espaço de trocas e encontros, e

numa troca e num encontro eu dou-te uma coisa e tu dás-me outra, é uma permuta. (Schn) (DEF com)

13. Ao trabalhar nas comunidades tende-se a trabalhar nos limites (todo o tipo de

limites), nas margens, não no centro. De forma a criar pontes, como Victor Turner

teria dito, existe o liminal e o liminóide: o que o teatro sempre fez foi trazer os marginais para o centro de cena de forma a provocar mudança, que era uma mudança pacífica. (Schn) (DEF com)

14. O meu alvo é o papel das pessoas (a reconstrução do papel na sociedade). Para mim, o que é importante trabalhar em Teatro Social nas comunidades sociais é que tens um papel nessa comunidade. (Schn) (DEF com)

15. O que ele (TeS) faz é providenciar às pessoas uma espécie de compromisso e entusiasmo, uma sensação de orgulho e de energia, para continuar e fazer. (Thom) (DEF com)

16. É verdadeiramente a ideia de que existem potenciais contidos nas pessoas que o artístico faz emergir. (Mahy) (DEF com)

17. É um teatro que te faz crescer, é um teatro que participa simultaneamente no teu desenvolvimento pessoal, na tua sensibilidade e que, ao mesmo tempo, – dado que é uma obra comum, que tem esta vertente grupal (…) – talvez algures possa ser parte de uma transformação da visão do mundo daquele que a virá partilhar. (Miché) (DEF com)

18. Mas há algo sobre o cuidar, e cuidar articula-se com compreensão da vulnerabilidade, que julgo ser realmente importante. (Thom) (DEF com)

19. Tem de se trabalhar com as pessoas de forma sustentável e a longo termo, até que se ergam as suas convicções, as suas capacidades, o seu treino, para que possam de facto tomar o controlo do seu mundo de forma significativa. (Plast) (DEF difer)

5.2.1.2 Elementos Geradores de Diferenças

20. Às vezes a categoria de TeS desfaz-se, desmorona-se. Desmorona-se porque, por vezes, se pode fazer quase qualquer tipo de performance, mas o ambiente é que determina e é que tem consequências sociais. (Thom) (DEF difer)

21. Não é um teatro do quotidiano. É um teatro da transposição. (Miché) (DEF difer) 22. Aventura artística e humana é de certeza. (Miché) (DEF difer)

23. Se de facto posso pontuar alguma coisa é a diferença entre esta relação: acção social e teatro, onde se situa a experiência de Teatro Social. Penso que cada vez mais a experiência de Teatro Social se situa no lado da acção social; portanto, não é uma intervenção artística que se torna útil para a comunidade, mas estas são intervenções na comunidade que têm em si mesmas princípios, teorias, éticas, processos que advêm da experiência teatral. (Schn) (DEF difer)

24. Portanto, há que lembrar que a razão para fazer TeS é o pulsar do teatro; é a relação estética entre as pessoas e entre as pessoas e o produto desse criativo; porque esse é o motor do seu envolvimento, (…) e o entusiasmo e a alegria: todas elas são as partes transformativas do processo. (Thom) (DEF difer)

25. É divertido e é engraçado e é trágico e é bonito e eles vão ser absorvidos pela história. (…) Isso é um poder. E penso que esquecemos o que o poder da raiz do nosso “média” significa, se não nos importarmos com o estético. (Plast) (DEF difer) 26. Através da catarse do teatro – no sentido de poder utilizar o gesto, o movimento, a

cor, a poesia, o pôr à distância – podemos conseguir trabalhar mais sobre uma problemática social do que ilustrando-a num determinado momento; e é essa a diferença que nos afasta de uma parte dos actores do Teatro Social da comunidade francesa. (Mahy) (DEF difer)

27. Na realidade, faço uma pequena diferença entre Teatro Social e teatro de criação. Quer dizer que o Teatro Social se mantém a um nível local, tem uma duração limitada. Mas o outro lado do teatro que defendo é que se faça a montagem de

verdadeiras criações com pessoas mais ou menos confirmadas, que fazem nesse momento a escolha do teatro. (Miché) (DEF difer)

28. Para mim (TeS) é uma acção, uma lógica, uma acção da comunidade que acompanha uma lógica do teatro, uma lógica de comunicação do teatro. (Schn) (DEF difer) 29. Penso que a arte é excepcionalmente poderosa e tem o poder de fazer coisas; mas, ao

focar somente o que ela faz, o seu “efeito”, o seu resultado, frequentemente se esquece o que “afecta”. E o que “afecta” é também um resultado e é esse o meu problema, porque ambos os lados estão errados (…). Quando dizemos, “A arte devia ser só pela arte”, bem, não é verdadeiro; porque se a arte é só pela arte é por uma razão: pensa-se que é benéfico, pensa-se que é bom para a sociedade, é bom para a sociedade até a arte pela arte. Ela esconde o instrumental, o instrumental está dentro dessa afirmação. (Thom) (DEF difer)

5.2.1.3 Polémicas Inerentes a TeS

30. Existem três condições (em que a intervenção de TeS não deve avançar): quando a origem do dinheiro não é clara e as razões pelas quais o dão; a segunda, se existe uma possibilidade real de mudança; e a terceira são as situações naquelas culturas onde o TeS já é uma realidade. (Schn) (DEF PolémIn)

31. O problema deste modelo é que no final do projecto é que se descobre, “Ah!” (Thom) (DEF PolémIn)

5.2.2 Procedimentos e Operacionalização

5.2.2.1 Grupo, Laboratório e Processos

32. Quando faço a abordagem a um grupo de pessoas traumatizadas quero atingir os quatro níveis: o individual, o grupo, a comunidade e a sociedade. (Schn) (PENTOS LabProc)

33. (TeS) é teatro. Tem a ver evidentemente com (…) a expressão, a criação, mas é justamente neste caminho inexplorado; claro que no teatro há regras, mas podemos transgredi-las. (Mich) (PENTOS LabProc)

34. (Teatro Social é) uma outra maneira de também fazer de teatro, dentro do quadro da animação, bem preservar o lugar de cada um e fazer de forma a que cada um encontre um lugar. (Miché) (PENTOS Grup)

35. Como um coro, cria-se um coro, onde estão pessoas de diferentes tons de vozes. (Schn) (PENTOS Grup)

36. É fundamental o trabalho sobre o coro, o coro falado, o coro que avança, afundar-se no coro, fazer de forma que é um, mas é um coro, (…) chegamos mesmo a entrar na respiração daquele ou daquela que está ao nosso lado, as coisas da respiração comum. (Miché) (PENTOS Grup)

37. Aqui vivemos frequentemente o problema do grupo em que, ao estarmos num processo artístico, é através do artístico que o corrigimos. (Mahy) (PENTOS Grup) 38. (A fragilidade) é o que permite que tenhas uma capacidade de perturbação, quer

dizer, perturbação em todos os sentidos. Mas é isto que é interessante, o resto é o conhecido. Quando vais em direcção ao desconhecido há uma hipótese de reorientação, uma hipótese de descoberta. (Mich) (PENTOS Grup)

39. Penso que a felicidade de muitas pessoas, e desse seu sentimento de valor no mundo, é quando sentem que têm uma medida de controlo razoável sobre as suas vidas e para a maior parte dos “desempoderados” e marginalizados – e acabei de falar dessa escala que vai desde crianças até comunidades rurais muito pobres, ou pessoas que vivem em blocos de prédios, ou refugiados – esse sentimento de falta de poder é incrivelmente “desempoderador”. (Plast) (PENTOS Grup)

40. Muitas das comunidades “desempoderadas” não têm realmente alegria suficiente nas suas vidas. E uma vez que as pessoas comecem a ter alegria com algo, vão valorizá- lo, não o largam facilmente. (Plast) (PENTOS LabProc)

41. (A intervenção em TeS) não deve ser orientada por uma ideia exterior do que é bom para estas pessoas, noutras palavras, o projecto ideal necessita de ser gerado pela comunidade mais do que vir do exterior. (Plast) (PENTOS Grup)

42. (O projecto de TeS constrói-se) fazendo com que as pessoas me falem da sua própria cultura, o que é significativo para elas culturalmente; (…) Portanto, tanto quanto possível, elas fazem parte dele (do projecto) e podem alimentá-lo com ideias. (Plast) (PENTOS Grup)

43. Uma coisa que se sabe fazer muito bem quando se faz teatro é como construir relações e portanto é sempre assim: se se pensar em termos de relações, tudo se torna

mais claro, constróis relações. (…) É sempre sobre como podemos juntar as nossas ideias. (Schn) (PENTOS Grup)

44. Portanto, os objectivos (de cada projecto específico) é que determinariam, de certa maneira, até onde te moverias, que tipo de técnicas se poderia usar. (Thom)

(PENTOS Ger)

45. Se se puder resistir a uma espécie de monoresposta, porque nunca é assim na vida (…). Não há nunca uma só resposta, portanto, se for possível, dever-se-ia permitir alguma dessa complexidade. (Plast) (PENTOS Ger)

46. Nós, mesmo assim, somos um pouco melting pot, somos um pouco mistura em todos os sentidos do termo, brassagem de idades, de gentes, de raças, de exercícios. (Miché) (DEF Com)

47. Os melros roubam pequenos objectos e como que os juntam todos. Assim como um melro, eu roubaria, apoderar-me-ia de tudo aquilo que vindo de diferentes locais me parecesse ser útil. (Thom) (PENTOS LabProc)

48. Não interessa realmente que técnica; as técnicas são importantes, mas não é uma questão de técnicas que são aplicadas, mas mais o grupo que se tem à frente e qual a mais apropriada. (Thom) (PENTOS Ger)

49. Penso que existe o perigo do sistema de quem quer que seja, porque é exactamente o que faz as pessoas julgarem que há uma fórmula e em arte nunca pode haver uma fórmula. Portanto quando estou a trabalhar, quando estou a treinar pessoas, usualmente falo de uma caixa de ferramentas de ideias. (…) (Plast) (PENTOS LabProc)

50. Aí (no TeS), mesmo assim há no modelo artístico uma participação na desconstrução da cultura como um vector de capacidade de modificar a realidade social. (Mahy) (PENTOS LabProc)

51. Em alguns sítios, (o Teatro Social) pode funcionar como um desejo extremamente positivo de transformar a escola num lugar mais co-operativo; (…) às vezes pode pressionar na direcção errada, ou deliberadamente empurrar; de outra forma pode ser mais no sentido de co-coesão ou co-operação; mas penso que ele não dita o resultado – é uma espécie de entendimento do que se está a passar. (Thom) (PENTOS LabProc)

52. Eu não faria uma distinção muito clara entre processo e produto, muito estrita, porque em todos os dias do processo produziram (algo e todo o produto é um processo). (Thom) (DEF difer/ (PENTOS LabProc)

53. (O laboratório é constituído por) aquilo que faz corpo, mas corpo colectivo, o que faz presença, de atracção e rejeição, a dois, ou ao contrário sozinho face a um grupo. Evidentemente provocações, grandes artimanhas. (…) Portanto, um primado assente no corpo, são corpos que se envolvem com o espaço, tudo no espaço. (Mich) (PENTOS LabProc)

54. Penso que se pode fazer todo o processo (de Teatro Social) em tudo aquilo que se faz e onde quer que se faça. (Schn) (DEF com/ PENTOS LabProc)

5.2.2.2 Coragus e Equipa de Intervenção

55. Devem possuir um grande arsenal antropológico, sociológico e às vezes também psicológico – digamos “onde trabalho” – e instrumentos teatrais. Todos eles se juntam de forma a ter acesso e a construir o programa em conjunto com as pessoas. Penso que deviam estar conscientes das implicações políticas, antropológicas e culturais do que se está a fazer. (Schn) (PENTOS Cor)

56. Como dizem Schechner e Thomson, (TeS) é um trabalho de tradução: de forma a traduzir deve-se conhecer ambas as línguas, não se pode conhecer apenas uma; e isso faz o trabalho excitante; o que acho muito excitante no trabalho que faço é que, de cada vez, de alguma maneira, é um novo trabalho e então faz-te aprender muitas coisas novas. (PENTOS Cor)

57. Assim, o profissional que julgo ser útil ao Teatro Social, como a qualquer outro teatro – mas a esse que depõe actos num meio de vida, com um grupo determinado durante um dado tempo – é na generalidade um profissional do mundo artístico; do campo do teatro que pode trazer, alimentar, fazer reflectir e tudo isso. (…) O facto de que as pessoas se tenham formado num domínio particular, pressupõe que continuem a procurar nesse domínio, o pratiquem, o experimentem, o devolvam às pessoas, se nutram. (Mahy) (PENTOS Cor)

58. E creio que é preciso um optimismo para crer na mudança potencial, mesmo se esta foi mínima, ligeira. (Mahy) (PENTOS Cor)

59. Se não houver nada que se abra e se eu, aliás, não empurrar, então nada se irá passar. (Miché) (PENTOS Cor)

5.2.2.3 Dramaturgia e Performance

60. Preocupo-me com essas dramaturgias (moralizantes) escondidas; na realidade, para fazer o trabalho funcionar, temos de ter uma dramaturgia que nos conduza através do processo; penso que, às vezes, devíamos ser mais explícitos acerca disso. Mas, como fazê-lo construindo a dramaturgia a partir do grupo? Mas, então, se calhar tem qualquer coisa a ver com a capacidade artística que se traz, é como criar uma estrutura. (Thom) (PENTOS DramtPerf)

61. Pode ser mais provocatório, pode ser mais abstracto, depende para o que é que a comunidade está preparada. (Plast) (PENTOS DramtPerf)

62. Ser reactivo em função das situações. (…) A poética reeinvendico-a; o cuidado a levar ao trabalho, transportar as coisas a um grau de incandescência, um “vibrato”. (Miché) (PENTOS DramtPerf)

5.2.3 Comunidade Rural

63. De facto, em todas as comunidades rurais existem momentos de partilha, de expressão; portanto, eles são capazes de identificar esses modelos e, se assim for, isso inclui os modelos de troca de TeS, tudo se torna muito mais fácil.(Schn)

64. Quando nos fazemos reconhecer numa imagem ou ainda reconhecemos nela alguns elementos, ficamos mais fortes para fazer escolhas hipotéticas de mudança ou de confirmação do que somos; quanto menos dominamos o que somos potencialmente no nosso ambiente, mais estamos sujeitos ao que nos possa acontecer. (Mahy) 65. Na minha opinião, existem três coisas muito importantes em relação ao meio rural: a

questão da censura e da autocensura, porque há um controlo social forte; (…) a questão da anomia (…); e a questão da actualização da linguagem artística escolhida, porque rapidamente pode surgir um desfasamento entre a população que a recebe e aquele que a faz. (Mahy)

66. Para mim é muito importante a palavra identidade; não no sentido de um recuo, mas no sentido de admitir que um grupo que vai trabalhar em teatro e dar tal forma, tal ritmo, tal impulsão, tal cor, etc, eles dão e traduzem o seu estado do momento em termos de identidade. (Mahy)

5.2.4 Futuro do TeS

67. O que vejo que está a acontecer em TeS, é que está cada vez mais na corrente dominante, no sentido em que existem cada vez mais produções de teatro que, de alguma forma, se referem a TeS. (…) Existem tantas experiências diferentes que o próprio termo deixará de ser útil. (Schn)

68. É preciso o combate político também, ao lado, além disso, com; é preciso o combate social ao lado, com, além disso; é preciso a luta sobre os meios… E penso que, se o TeS crê que pode participar na alteração dos desafios sociais, ele deve descer um pouco do seu pedestal ao crer que existem as boas lutas, as boas respostas, as boas causas, que é mais complicado do que isso. (…) É desafiar-se de ser donatário de lições e moralizador. (Mahy)

69. Em termos de acção da comunidade, penso que (TeS) é crucial; penso que está cada vez mais activo (porque) existe uma necessidade de socialização, existe uma necessidade de comunidade, existe uma necessidade de participação e esta necessidade é clara. (…) Portanto, para mim, de forma muito concisa: onde vejo cada vez mais o papel do TeS é na política. (Schn)

70. O que notámos aqui (na Universidade de Manchester) é essa quantidade de estudantes que estão interessados em TeS, o Teatro Social está sempre a aumentar, há cada vez mais cursos e as universidades americanas estão agora a trazer o TeS; (…) portanto, está a crescer de interesse. Penso que o futuro é realmente positivo. (Thom) 71. (O profissional de Teatro Social deve) ir explorar aquilo que não faz parte das

convicções do modelo que ele próprio possa ter, ou que queremos explorar.(…) Porque é frequentemente na confrontação, na descoberta diversa, que fazemos num determinado momento o nosso caminho de escolha. Portanto, ter confiança em que somos apenas um actor ao lado de muitos outros. Pronto. (Mahy)

72. Se conseguíssemos garantir que temos uma forte (visão) estética e um (nível) político e que não os encerramos, (…) então o futuro está bem. (Thom)

73. Eu tenho vontade de que ele (Teatro Social) se desenvolva e que interfira ainda mais no teatro teatral. Que o venha repercutir, porque a um determinado momento é preciso que neste tipo de teatro a exigência artística seja total. (…) Não venero a palavra teatro, mas, se fazemos teatro, que tentemos fazer o melhor, claro, mas o mais longe possível. (Miché)

74. (O Teatro Social) vai crescer – também não há razão para tentar controlar no que se vai tornar. Penso que se devia gritar alto e bom som o que se pensa sobre o que é boa prática e sobre o que é prática assustadora. (Thom)

75. Não estou super-optimista porque não vejo este movimento em direcção ao que considero ser um Teatro Social de comunidade real em todo o lado. Há óptimos operadores em todo o lado. (…) No sul da Europa parece haver menos do que eu chamo Teatro Social real, está como que a crescer agora, mas é muito lento. (Plast)

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