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2ª Parte – Resultados

5.7 Resultados do Questionário

5.7.7 Recriação de Papéis Individuais e Sociais

“Dar mais valor às capacidades dos jovens a não ser aquelas demonstradas nos

testes.” (Mea)

Com o propósito de aferir se tinha tido lugar a reconstrução de papéis em algum dos ciclos, seja este grupal, familiar, institucional ou comunitário, o inquérito centrou-se na recolha de impressões na constatação de alteração de atitudes, actos, posturas, imagens em relação a si ou, inversamente, numa alteração dessas mesmas variáveis por parte do sujeito em relação à sua envolvência. A fim de facilitar a reflexão, seleccionou-se um conjunto de manifestações concretas.

Ilustração 26 – Recriação Junto dos Pares (6.1)

Muito Alguma Coisa Pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Muito Alguma Coisa Pouco

A mudança notada nos seus pares, na percepção que têm de si, foi muita em 18% dos casos e pouca nos restantes 73%; na forma como o/ / a acolhem foi muita em 18% dos casos, alguma em 9% das situações e pouca nos restantes 64%; na forma como estabelecem a comunicação verbal, foi muita em 9% dos casos, alguma também em 9% dos casos e pouca nos restantes 73%; nas expectativas criadas acerca das suas capacidades, foi muita em 9% dos casos, alguma em 46% das situações e pouca nos restantes 36%; na relação que estabelecem consigo, foi muita em 9% dos casos, alguma em 36% das situações e pouca nos restantes 46%. (gr. 26)

Ilustração 27 – Recriação Junto da Instituição (6.2)

Ilustração 28 – Recriação Junto da Comunidade Escolar (6.3) Muito

Alguma CoisaPouco 0 2 4 6 8 Muito Alguma Coisa Pouco Muito Pouco 0 2 4 6 8 10 Muito Alguma Coisa Pouco

A mudança notada nos professores na percepção que têm de si foi muita em 9% dos casos, alguma em 36% das situações e pouca nos restantes 55%; na forma como o/ a acolhem, foi muita em 9% dos casos, alguma em 27% das situações e pouca nos restantes 64%; na forma como estabelecem a comunicação verbal, foi muita em 9% dos casos, alguma em 18% das situações e pouca nos restantes 73%; nas expectativas criadas acerca das suas capacidades, foi muita em 9% dos casos, alguma em 55% das situações e pouca nos restantes 27%; na relação que estabelecem consigo, foi muita em 9% dos casos, alguma em 18% das situações e pouca nos restantes 73%. (gr. 27)

A mudança notada na comunidade escolar na percepção que têm de si foi muita em 9% dos casos, e pouca em 82%; na forma como o/ a acolhem, foi muita em 9%, alguma em 9% e pouca em 73%; na forma como estabelecem a comunicação verbal, foi muita em 9%, alguma em 9% e pouca em 73%; nas expectativas criadas acerca das suas capacidades, foi muita em 18%, alguma em 46% e pouca em 36%; na relação que estabelecem consigo, foi muita em 18%, alguma em 9% e pouca em 73% . (gr. 28)

Ilustração 29 – Percepção de Si (6.4.)

Ilustração 30 – Interacção com a Escola (6.5.)

Ilustração 31 – Inovação na Escola (6.6.)

Comentário

Quanto à reconstrução de papéis, com base nas várias respostas, pode-se concluir que à excepção de um elemento (9%) que escolheu em todos os campos o nível mais alto de alteração positiva, não houve uma alteração de papéis efectiva em nenhum dos ciclos exteriores ao grupo e as mudanças na instituição foram superficiais; no entanto, parece que esta possibilidade, ou receptividade à transformação se encontra agora em estado latente, configurada na opinião da maioria dos performers pelo aumento gerado em expectativas

45% 55% Sim Não 27% 73% Sim Não 55% 45% Sim Não

A mudança na forma como se sente em relação à escola, foi positiva em 46% dos inquiridos e 55% não apontaram qualquer alteração.. (gr. 29)

A mudança na interacção com a escola foi positiva em 27% do grupo e em 73% dos casos não houve nenhuma incidência. (gr. 30)

Uma maioria de 55% dos inquiridos é da opinião de que o projecto foi portador de algo de novo e positivo na percepção da escola acerca dos jovens. (gr. 31)

sobre as capacidades, que são transversais aos vários protagonistas da instituição, atingindo valores positivos nos pares (55%), nos professores (64%) e na restante comunidade escolar (64%).

Reportando-se à última questão (“(…) mudança na forma como se sente em relação à escola”), o grupo comentou que esta percepção advém sobretudo da audiência que assistiu à

performance, porque a sua reacção positiva estimulou um maior à vontade entre os performers e a audiência, o próprio evento foi reconhecido como diferente, novo, fresco

dentro da rotina institucional, tendo o sucesso com que foi acolhido projectado uma imagem positiva dos seus participantes directos e já no final permitiu valorizar outras capacidades nos jovens que não apenas as competências relacionadas com o aproveitamento escolar.

5.7.8 O Coro

“Ficámos muito mais à vontade uns com os outros dentro do grupo e mesmo fora do grupo, e para a audiência foi interessante (segundo a opinião deles). Pois o que fizemos foi algo diferente, fresco, novo, interessante, entusiasmante.” (Sim)

Neste grupo, averiguou-se a emergência do coro, a sua consistência enquanto conjunto de vozes polifónicas, a sua afirmação através das diferenças que caracterizam os seus elementos e a sua consolidação ao se confrontarem com desafios que se solucionam na coesão de grupo.

Ilustração 32 – Constatação da Diferença (7.1.)

100% 0%

Sim Não Foi unânime a opinião da

predominância de pessoas muito diferentes no grupo (100%). (gr. 32)

Ilustração 33 – Percepção da Diferença (7.2. e 7.3.)

Ilustração 34– Visão Esteriotipada do "Outro" (7.4.) Incomodo 0 2 4 6 8 10 Sim Não Incomodo Desafio 91% 9% Sim Não A constatação da existência de diferenças entre as pessoas não constituía qualquer incómodo para a maioria (91%) e era incomodativo para uma pequena minoria (1%, Paula); a diferença era encarada como um desafio positivo em 64% dos inquiridos e não o era nos restantes 36%. Neste último caso, foi apontado que a diferença não incomodava nem se constituía desafio positivo, o que sugere que está presente sem merecer especial atenção no sentido positivo ou negativo. (gr. 33)

Uma elevada percentagem é da opinião de que, em alguns elementos do grupo, perdura uma visão estereotipada acerca do outro (91%), com apenas 9% dos casos a não partilharem desta opinião. (gr. 34)

Ilustração 35 – Visão Esteriotipada do "Outro" para Si (7.5.)

Ilustração 36 – Recriação entre Pares (7.6.)

Ilustração 37 – Espaço à Ocorrência de Recriação de Papéis (7.7.) 87% 13% Sim Não 9% 91% Sim Não 64% 36% Sim Não

Uma elevada percentagem (64%) é de opinião que alguns elementos do grupo têm uma visão estereotipada acerca de si, apenas 9% não acham e 27% não sabem. (gr. 35)

Apesar de ser evidente que não ocorreu uma mudança marcante de papéis, 64% dos casos são de opinião de que o modo como se sentem dentro do grupo se alterou positivamente enquanto 36% dizem não terem sofrido qualquer alteração. (gr. 37)

Quanto à mudança do seu papel, função ou lugar no grupo, 91% dos casos consideraram que não ocorreu e apenas 9% são de opinião de que foram alvo de alteração, sem que saibam identificar ainda em quê. (gr. 36)

Comentário

O resultado sobre a emergência do coro indicia uma inversão em curso para uma relação mais coesa e saudável entre os vários elementos, que pode ser o prelúdio de transformações mais profundas. 55% dos participantes verificou esta alteração através de diferentes indicadores: o aumento de à vontade e confiança com e entre os elementos do grupo, o fortalecimento de laços de amizade, uma maior interacção e entreajuda. É interessante o facto de um dos elementos (9%) constatar que esta alteração não é representativa, já que existe apenas durante as sessões.

5.7.9. Sugestões

“Vejo o mundo com um novo olhar e penso de maneira diferente pois temos que ser mais compreensivos uns com os outros para uma melhor convivência e relacionamento.”

(Cató)

“A nível pessoal enriqueceu-me muito pela positiva.” (Linda)

Neste grupo de questões, procurou-se abrir um espaço para recolha de sugestões, críticas, ou outras questões que não estivessem contempladas no inquérito. Quanto à apresentação de sugestões para melhoria na implementação de um projecto idêntico, uma minoria não apresenta sugestões porque considera que a iniciativa foi boa tal como foi desenvolvida e cumpriu os objectivos. Os restantes repartem as suas propostas entre o aumento de número de sessões e de ensaios; um maior número de recursos materiais para a realização da cenografia e figurinos; o esclarecimento atempado acerca dos benefícios e utilidade deste tipo de acções; uma maior e mais eficaz divulgação do projecto; o enfoque especial em termos afectivos e técnicos para com pessoas portadoras de deficiência. A maior parte das sugestões para a melhoria de uma futura intervenção no mesmo género é de ordem técnica, de recursos materiais, ou de organização. Só um elemento refere o contexto afectivo. Outro elemento refere uma maior explicitação do projecto quanto aos resultados que possam advir da sua operacionalização. Esta última sugestão é muito interessante, já que, sobretudo na fase inicial do processo, várias vezes foi perguntado se tinham alguma dúvida, ou questão em relação aos objectivos, ou ao teor do processo, de onde resultava o silêncio. Pensamos

que o surgir desta necessidade após a experiência é um sinal claro da sua apropriação e de

insight.

Finalmente, aferiram-se eventuais reflexos positivos, ou negativos da intervenção não incluídos no questionário, como seja aqueles a nível pessoal, ou aqueles que ultrapassavam o território do laboratório e da instituição.

Ilustração 38– Reflexos no Indivíduo (8.2.)

A maioria identificou os seguintes benefícios como resultantes da acção desenvolvida: boa disposição e melhoria do humor ao sair das sessões; um maior conhecimento de si mesmo; um enriquecimento pessoal; um novo olhar sobre o mundo com ênfase na compreensão entre todos, no convívio e no relacionamento, na perspectiva sobre o outro, na valorização da cultura, no ultrapassar de barreiras relacionadas com a exposição diante de um grupo, na interacção com a audiência; referiu igualmente um melhor desempenho escolar pela aplicação das competências adquiridas. Uma minoria declara que ainda é cedo para conseguir identificar que reflexos são esses. (gr. 52)

Comentário

As respostas indiciam que os resultados, tanto em termos pessoais como grupais, foram bastante positivos, nomeadamente no elencar de situações concretas onde esses reflexos ficaram patentes e invadem áreas do quotidiano exteriores ao laboratório.

82% 18%

Sim Não

91% dos inquiridos afirmaram que teve reflexos positivos e 18%, que não teve reflexos, nem positivos, nem negativos. (gr. 38)

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