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DROGAS NA ADOLESCÊNCIA: ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 142-145)

31 (RE) PENSANDO OS TRANSTORNOS ALIMENTARES

34. DROGAS NA ADOLESCÊNCIA: ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM

Natália de Oliveira2 Diego Schaurich3 Adriana da Rosa Pereira2

Descritores: drogas, adolescência, enfermagem.

INTRODUÇÂO: a adolescência é uma fase em que o jovem está se preparando para a vida adulta, e para isto testa diferentes papéis. É o momento em que questiona sua identidade, seus valores e seus sonhos. Neste momento, torna-se importante para ele afastar-se da família, ter autonomia e estar perto de seus pares, de seus amigos, com quem compartilha suas descobertas e medos. Quer ter novas sensações, testar seus limites, saber até onde pode ir (CORRADI – WEBSTER, 2009). A adolescência é um período de transição entre a infância e a vida adulta caracterizado pela necessidade de integração social, busca da auto-afirmação e da independência individual, além da consolidação da identidade sexual e emoções conflitantes. Pode ser considerada como uma etapa do desenvolvimento que envolve inúmeras adaptações e mudanças nas capacidades e habilidades pessoais (WAGNER, 2007). Alguns estudos referem que, por estar em um momento de maior vulnerabilidade, no qual podem estar presentes sentimentos de insegurança e desamparo frente às mudanças físicas e psicológicas próprias desta etapa do ciclo vital, o adolescente ainda não desenvolveu de forma adequada algumas habilidades e demonstra a constante necessidade de testar sua possibilidade de ser adulto. O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo na história da humanidade e constitui um grave problema de saúde pública, com sérias conseqüências pessoais e sociais no futuro dos jovens e de toda a sociedade (MARQUES, 2000). Em busca de poder e controle sobre si mesmo, adquirir autonomia e diferenciar-se de seus pais, alguns jovens escolhem usar drogas, geralmente iniciando com cigarros, álcool, maconha, o que pode levar, conseqüentemente, ao uso de múltiplas drogas ilícitas (WAGNER, 2007). A autora relata ainda que estas características fazem da adolescência um período de grande vulnerabilidade para o uso de substâncias psicoativas, já que estas substâncias podem oferecer aos adolescentes algumas soluções para o que eles procuram. O uso dessas substâncias pode propiciar a vivência de diferentes emoções, pode colocá-lo contra o controle parental, dando a idéia de autonomia e controle sobre sua própria vida, podendo facilitar a entrada e aceitação por determinado grupo de pares e encorajar o adolescente para se aproximar do sexo oposto (CORRADI – WEBSTER, 2009). Segundo Marques (2009), a adolescência é um momento especial na vida do indivíduo, pois nessa etapa, o jovem não aceita orientações, pois está testando a possibilidade de ser adulto, de ter poder e controle sobre si mesmo. É um momento de diferenciação em que “naturalmente” afasta-se da família e adere ao seu grupo de iguais. Se esse grupo estiver experimentalmente usando drogas, o pressiona a usar também. Ao entrar em contato       

1 Estudo Reflexivo.

2 Acadêmicos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA.

3 Doutorando do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente Assistente do Curso de Enfermagem da UNIFRA. 

com drogas nesse período de maior vulnerabilidade, expõe-se também a muitos riscos. O encontro do adolescente com a droga é um fenômeno muito mais freqüente do que se pensa e, por sua complexidade, difícil de ser abordado. OBJETIVO: refletir teórica e criticamente acerca do crescente aumento que vem ocorrendo acerca do uso de drogas entre os adolescentes, o qual, atualmente, configura um grave problema social que traz desafios e implicações ao desenvolvimento do cuidado pela enfermagem. METODOLOGIA: reflexão teórica - crítica fundamentada em documentos, livros, revistas e periódicos, ou seja, na literatura pertinente à temática. RESULTADOS E DISCUSSÂO: segundo relatórios de organizações internacionais, estima-se que mais de 200 milhões de pessoas consumiram alguma droga ilícita entre 2000 e 2001 (3,4% da população global). Nos países desenvolvidos, o álcool desponta como terceiro fator de risco para a morbi - mortalidade, responsável por 9,2% do DALYs (sigla referente aos anos de vida perdidos ou incapacitados) e as drogas ilícitas aparecem em oitavo lugar, com 1,8% do DALYs. Nos países em desenvolvimento com baixa mortalidade, como o Brasil, apenas o álcool, dentre as substâncias psicoativas, surge como principal fator de risco, com 6, 2% do DALYs (1-3) (VILLAR LUIS, 2005). Segundo a autora citada anteriormente, a Organização Mundial da Saúde, considera que as drogas lícitas como álcool e tabaco, pelo seu impacto, em termos de mortalidade e incapacidade junto às populações, seja de países desenvolvidos ou em desenvolvimento, continuarão como importantes fatores de risco nas projeções para as próximas décadas (2010 e 2020). As conseqüências do uso abusivo de álcool e outras drogas são poderosos determinantes para a morbi - mortalidade, nem sempre bem dimensionados pela população devido a atitudes ambivalentes e o estigma associado ao uso e ao usuário, presentes nas culturas dos diversos povos variando em intensidade de acordo com múltiplos fatores (tipo de droga, sexo, idade do usuário e classe social) e com o período histórico. No caso das drogas ilícitas soma-se ao já exposto, o caráter de ilegalidade do uso e o envolvimento do tráfico de drogas (VILLAR LUIS, 2005). No Brasil, o panorama mudou completamente nas últimas décadas. Até o início da década de 80, os estudos epidemiológicos não encontravam taxas de consumo alarmantes entre estudantes. No entanto, levantamentos realizados a partir de 1987 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre as Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (CEBRID) têm documentado uma tendência ao crescimento do consumo. Esses levantamentos foram realizados entre estudantes de primeiro e segundo graus em dez capitais brasileiras e também em amostras de adolescentes internados e entre meninos de rua. Em 1997, o CEBRID mostrou que existe uma tendência ao aumento do consumo dos inalantes, da maconha, da cocaína e de crack em determinadas capitais (MARQUES, 2000). Com esta tendência para o aumento do uso de substâncias químicas, o papel dos profissionais da saúde aumenta em relação a esclarecimentos que devem ser ofertados aos adolescentes que estão vulneráveis. O profissional enfermeiro destaca-se neste ínterim como elo entre a saúde destes adolescentes, as famílias, a comunidades e os órgãos responsáveis pela prevenção e promoção da saúde.

REFERÊNCIAS

CORRADI-WEBSTER, CM.; et al. A enfermagem e a prevenção do uso indevido de drogas entre adolescentes. Ata Paul. Enferm. [online], vol.22, n.3, pp. 331-334, 2009.

MARQUES, ACPR, and CRUZ, MS. O adolescente e o uso de drogas. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2000, vol.22, suppl.2, pp. 32-36.

VILLAR LUIS, MA.; LUNETTA, ACF. Álcool e outras drogas: levantamento preliminar sobre a pesquisa produzida no Brasil pela enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online], 2005. WAGNER, MF. ; OLIVEIRA, MS. Habilidades sociais e abuso de drogas em adolescentes. Psicologia clínica [online], 2007, vol.19, n.2, pp. 101-116.

35. PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE À CRIANÇA COM DÉFICIT DE

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 142-145)

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