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GESTÃO DE PESSOAS NA ENFERMAGEM: PERSPECTIVA DA FORÇA DE TRABALHO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 52-56)

Resumos dos trabalhos

8. GESTÃO DE PESSOAS NA ENFERMAGEM: PERSPECTIVA DA FORÇA DE TRABALHO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Ana Claudia Soares de Lima2

Adelina Giacomelli Prochnow3 Suzinara Soares de Lima4 Thiana Sebben Pasa5

*FIPE Júnior/UFSM 2008 Descritores: Enfermagem, Gestão de Pessoal em Saúde, Força de Trabalho

INTRODUÇÃO: Os trabalhadores do hospital têm como rotina cuidar de pessoas doentes, mais ou menos graves, com possibilidades ou não de reabilitação. O serviço de enfermagem deve prover cuidados contínuos aos clientes que procuram os serviços de assistência à saúde, no desenvolvimento de atividades de maior ou menor complexidade, o que é fator gerador de grande ansiedade. Nesse sentido, vale iniciar interrogando como questões de pesquisa: Qual o perfil da força de trabalho do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM)? Quais os dilemas e questões que se apresentam a este trabalhador no ambiente hospitalar? Há uma relevância no sentido de traçar o perfil e outras características dos recursos humanos na área da saúde, principalmente dos enfermeiros, pois, este é também relevante para o gerenciamento de serviços de saúde. Sua importância se faz, pois, o contingente humano é determinante na produção de atenção à saúde e se constitui objeto de intervenção caracterizado pela complexidade (SILVA e PEDUZZI, 2005). Deste modo, o gerenciamento da força de trabalho necessita fazer uso de práticas e distintas abordagens e estratégias a fim de ampliar ou garantir o alcance dos objetivos dos serviços de saúde, o que justifica este estudo. OBJETIVOS: A intenção do estudo visa explorar a caracterização da enfermagem no cenário hospitalar, de nível terciário, universitário e de referência regional. O estudo caracterizou a composição e a distribuição da força de trabalho da enfermagem (enfermeiros) no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), associado ao dimensionamento do quadro de pessoal da Enfermagem. A pesquisa teve como objeto de estudo os enfermeiros da instituição. METODOLOGIA: Esta pesquisa tem uma abordagem quanti-qualitativa, tendo como procedimento metodológico à entrevista semi-estruturada. Após a transcrição dos registros, procederemos à análise de conteúdo a fim de elucidar categorias. RESULTADOS: A coleta de dados foi executada nos meses de dezembro de 2008 a março de 2009, sendo entrevistados 88 enfermeiros. Torna-se importante relatar, que 10 enfermeiros não participaram do estudo devido recusa ou ainda, estarem em período de licença ou atestado médico. Com base nos dados obtidos, observou-se que o sexo feminino foi predominante em 89,8% (n=79) compatível com outros dados encontrados de estudos como o de Gil (2005), que revelaram uma tendência à feminilização das profissões no mercado de trabalho em saúde. A faixa       

1Projeto de Pesquisa

2 Acadêmica do 5º semestre do Curso de Enfermagem da UFSM. Bolsista FIPE Jr.

3 Enfermeira. Professora Doutora Adjunta do Departamento de Enfermagem da UFSM-RS. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM

4 Enfermeira. Professora Doutora Adjunta do Departamento de Enfermagem da UFSM-RS. 5 Acadêmica do 5º semestre do Curso de Enfermagem da UFSM.

etária predominante foi entre 31 e 40 anos em 39,1%, seguida das idades entre 41 a 50 anos em 22,7% dos trabalhadores. Em relação a religião que praticavam, observou-se a predominância da religião católica em 76,14%, seguida da espírita em 11,36%, 4,54% da evangélica, 2,27% da umbanda e 1,37% da luterana, sendo que 4,37% não respondeu ao questionamento. Quando analisamos a renda renda familiar de toda a família, a maioria, 82,9% (n=73) não recusaram-se em expor os valores, expressando valores entre R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00, estando situados entre as classes sociais B1 e B2. Conforme dados da ABEP (Associação Brasileiras de Empresas de Pesquisa), a classe B1 possue renda média de R$ 3.479,00 e a classe B2 renda média de R$ 2.013,00. Importante relatar que 3,4% (n=3) possuem renda até R$ 2.000,00 e outros 9% (n=08) acima de R$ 6.000,00. Em relação ao desenvolvimento de pesquisas, da totalidade dos entrevistados, constatou-se que 30,7% (n=27) dos entrevistados participavam de grupos de pesquisa ou extensão, valendo destacar que estes profissionais fazem parte do que foi relatado anteriormente, em que 55,7% os quais possuíam pós-graduação ou especialização, conforme relatado anteriormente. Outros 29,5% (n=26) dos entrevistados possuíam supervisão de trabalhos de conclusão de curso na instituição estudada ou fora dela e, os 39,8% (n=35) restantes participavam de comissões de acessória ou consultoria na instituição. Neste sentido, Cruz et al (2005) entende a enfermagem como uma profissão em ascensão em que o desenvolvimento da pesquisa está relacionado a um espaço social e físico do qual é parte indissociável. Com a análise realizada, percebemos que a maior parte dos entrevistados possui produção intelectual profissional diminuída em relação a produção intelectual acadêmica. Entretanto, grande parte procurou qualificar-se de alguma forma realizando especialização ou pós-graduação, conforme descrito anteriormente. Em relação ao acolhimento que os profissionais receberam ao início de suas atividades no HUSM, observou-se que 2,3% (n=2) relataram ter sido recebidos de excelente forma; 36,4% (n=32) expressaram terem sido “bem” acolhidos na instituição; 18,2% (n=16) sentiram-se “muito bem” acolhidos; 12,5% (n=11) sentiram-se mal acolhidos; 10,2% (n=9) relataram que receberam algumas orientações; 4,5% (n=4) sentiram dificuldades, pois não receberam nenhuma qualificação, e o restante, 15,9% (n=14) não lembra ou se absteve em responder tal questão. Ao verificarmos o turno em que os entrevistados atuavam, houve uma discreta predominância do noturno em 28,4% (n=25), em relação ao da manhã em 26,2% (n=23), seguidos do turno da tarde em 17% (n=15); 12,5% alternavam entre os turnos manhã e tarde (n=11), 2,3% alternavam entre os turnos manhã e noite (n= 2); outros 2,3% alternavam entre os turnos tarde e noite (n=2); e por último, 11,4% não possuíam turno fixo para trabalhar (n=10). É importante ressaltar que apenas os plantões noturnos possuem 12 horas, o turno da manhã e o turno da tarde possuem 6 horas de trabalho cada um. Em relação à jornada semanal de trabalho, onde também foram consideradas horas de trabalhos realizadas em outras instituições, a maioria, 35,2% trabalham 40 horas (n=31); 20,4% trabalham 36 horas (n=18); 15,9% trabalham 33 horas (n=14); 12,5% trabalham 30 horas(n=11); 6,8% trabalham 60 horas (n=6); 2,3% trabalham 56 horas (n=2) e outros 2,3% trabalham 80 horas (n=2); 1,1% trabalha 66 horas (n=1) e outros 1,1% trabalha 10 horas (n=1). Dois dos entrevistados possuem 15 horas semanais, essa redução de carga horária é devido a realização do mestrado juntamente com o trabalho no hospital.

Outros possuem carga horária menor na instituição por participarem de comissões de acessória ou consultoria do hospital. Quanto ao vínculo com a instituição, 84 funcionários são efetivos, apenas três são terciários e um encontra-se em estágio probatório. De acordo com o art. 7.º da Constituição Federal (CF)/88, são direitos dos trabalhadores [...] jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. Observou que grande parte dos profissionais realiza mais de quarenta horas semanais. Sobre as principais dificuldades encontradas no processo de trabalho no ambiente hospitalar, a maioria dos entrevistados, 31,8% (n=28), reclamaram da falta de funcionários, o que segundo eles, sobrecarrega a equipe. Além da falta de funcionários, 26,1% (n=23) relataram que a falta de materiais, equipamentos ou de equipamentos velhos ou desatualizados também eram dificuldades presentes. Além disso, 29,5% (n=26) relataram dificuldade nas relações interpessoais, não apenas com a equipe de enfermagem, mas principalmente entre as equipes. Outros 22,7% (n=20) entrevistados falam da falta de gestão de pessoas ou carência da mesma, o que gera a sobre carga de trabalho. Ainda, 19,3% dos entrevistados (n=17) citam outras dificuldades como o grande número de atestados, o estresse, a promoção em saúde, entre outras. Essa questão foi bastante discutida durante as entrevistas e promoveu um diálogo maior entre o entrevistador e o entrevistado na maioria das vezes. Entre as principais dificuldades encontradas na coleta dos dados estava a falta de tempo e de interesse dos enfermeiros em fazer a entrevista. A maior parte que fez com satisfação eram formados a pouco tempo, ou estão inseridos em grupos de pesquisa e entenderam as melhorias que o projeto pode ajudar a fazer. CONCLUSÃO: A partir destas dificuldades encontradas, percebe-se a importância que a gerencia tem, principalmente na resolução desses problemas, para que o trabalho do enfermeiro se torne mais eficiente e satisfatório, tanto para a equipe, quanto para os clientes, ou seja, refletir sobre as questões no contexto hospitalar visa compreender o processo relacional no sistema de gestão dos serviços de saúde. Com base nos dados apurados, podemos observar as dificuldades que o mesmo encontra diariamente nas funções que realiza durante o período de trabalho. Refletir sobre as questões no contexto hospitalar visa compreender o processo relacional no sistema de gestão dos serviços de saúde.Assim, podemos modernizar e adaptar as estruturas organizacionais a fim de prestar uma assistência de qualidade aos clientes, bem como atingir os objetivos da instituição hospitalar O grande desafio está relacionado à elaboração de programas que atendam às expectativas de desenvolvimento e valorização da força de trabalho, na perspectiva do melhor desempenho institucional. A recomposição e a capacitação das equipes, através do seu redimensionamento adequado, podem também ser alimentadas pelos resultados deste estudo.

REFERÊNCIAS

ABEP. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2008. Disponível em: <www.abep.org>. Acesso em: 25/04/2009.

BARROS, S.M.P.F., SILVA, N.F. & CHISTÓFARO, M.A.C. Recursos humanos de saúde: um desafio estratégico para a qualidade da assistência de saúde e para a organização do SUS com ênfase na enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. 1991. 44(1):7-9.

Brasil. Constituição Federativa do Brasil. 25ª ed. São Paulo: Saraiva; 2000.

MIGUELOTE, Vera Regina da Silva et al . Distribuição da força de trabalho: eqüidade e negociação. Physis, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, 2008 .

SILVA, L.I.M.C.; PEDUZZI, M. Os recursos humanos de enfermagem da perspectiva da força de trabalho: análise da produção científica. Rev Esc Enferm USP 2005; 39 (Esp.): 589-96.

9. CONSENTIMENTO INFORMADO E HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE: COERÇÃO

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