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A MULHER NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 1 Daiana Foggiato de Siqueira

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 94-97)

12 A SAÚDE E O TRABALHO NO CONTEXTO DA PRÁTICA DE UMA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE PRONTO-SOCORRO 1

20. A MULHER NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 1 Daiana Foggiato de Siqueira

Diego Schaurich3 Claudete Moreschi2

Glaucia Dal Omo Nicola2 Leíse Pozzobon2 Descritores: Saúde da mulher, política de saúde, enfermagem

INTRODUÇÃO: As mulheres apresentam-se mais vulneráveis a certas doenças em relação ao sexo masculino por inúmeros fatores, dentre os quais pode-se citar os aspectos biológicos, culturais, sociais, econômicos e pelas diferenças de gênero, necessitando de uma atenção mais direcionada e integral a sua saúde. Conforme o Ministério da Saúde (BRASIL 2007), a população brasileira é constituída de 50,77% do sexo feminino, tornando-se as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a necessidade de apoiar a saúde feminina, foram elaboradas ações e propostas voltadas para sua assistência por meio da Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM), a qual tem por objetivo atender a mulher em sua integralidade respeitando legalmente seus direitos, em todas as fases da vida, atendendo as necessidades e características de cada uma delas. Para isto, as Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais dão ênfase ao atendimento às mulheres através de ações preventivas e de controle às doenças, contribuindo para redução da morbimortalidade feminina no Brasil. Tendo como referencial norteador a ampliação e qualificação do cuidado humanizado e de atenção integral à mulher, o PAISM prioriza as seguintes ações: planejamento familiar, assistência ao pré-natal e puerpério, controle da gravidez de alto risco, prevenção do câncer de útero e de mama e violência contra mulher. As áreas de atuação do PAISM são divididas em grupos baseados nas fases da vida da mulher, tais como: assistência à concepção e anticoncepção, assistência ao ciclo gravídico, pré-natal, parto e puerperal, assistência ao abortamento, prevenção do câncer de colo uterino e detecção do câncer de mama, assistência ao climatério, assistência às doenças ginecológicas prevalentes, prevenção e tratamento das DST/AIDS e assistência à mulher vítima de violência (BRASIL, 2004). OBJETIVO: Conhecer e refletir acerca das políticas públicas voltadas à saúde integral da mulher. METODOLOGIA: Este estudo trata de uma pesquisa descritiva bibliográfica sobre as políticas de atenção integral à saúde da mulher, tendo como principal foco de análise o PAISM e as ações que compõem a referida política. Para Marconi e Lakatos (2003), a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, entre outros. RESULTADOS: Esta reflexão teórica nos proporcionou embasamento satisfatório para direcionar um cuidado humanizado frente às diversas situações que a mulher se encontra em seu âmbito individual e social. Atendendo esta população na sua totalidade,       

1 Reflexão Teórica.

2 Acadêmicas do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA).

3 Enfermeiro. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Docente Assistente do Curso de Enfermagem da UNIFRA.

efetivando no cuidado o princípio da integralidade com uma visão mais detalhada nas diferentes fases que vivencia. Constatando a conquista da mulher frente às políticas de saúde, o que reflete em mudanças para a melhoria do atendimento e aperfeiçoamento das ações de atenção à saúde da mulher. Analisando as ações na assistência quanto ao pré-natal, o SUS admite uma política de saúde da mulher completa; no entanto, percebe-se que, a partir do parto até o período de puerpério, as ações tornam-se mais escassas, formando uma lacuna entre a saúde da gestante e a saúde da criança. Observa-se, assim, que o sistema não está, ainda, devidamente qualificado para atender a mãe e o bebê após o parto. Percebemos que ainda hoje, no Brasil, os índices de mortalidade materna e neonatal são elevados, contrapondo a política de saúde vigente. Em 2005, morreram 63.504 mulheres de 10 a 49 anos de idade no país. Destas, 1.619 por problemas relacionados à gravidez, ao parto, puerpério e aborto. Dados oficiais mostram que a taxa de mortalidade materna brasileira é de 74 óbitos por 100 mil nascidos vivos; contudo, para ser considerado um índice aceitável seria preciso atingir uma taxa de, aproximadamente, 38 (BRASIL, 2009). As campanhas feitas pelo Ministério da Saúde em relação ao câncer de útero e de mama estão sendo bem aceitas e aderidas pela população, conseguindo com que se obtenha uma prevenção primária e um maior controle desta patologia. Ao nos depararmos com a realidade atual, percebemos deficiências nas políticas públicas de saúde voltadas ao planejamento familiar, mais especificamente ao programa da saúde da mulher, sendo que se faz necessário uma melhor cobertura na rede pública de saúde da distribuição de anticoncepcionais variados, bem como de preservativos femininos e masculinos. Infelizmente, nos deparamos com uma realidade em que muitas mulheres ainda sofrem violências, as quais podem ser de várias maneiras, desde agressão física até moral. A Lei Maria da Penha ampara as mulheres vítimas de violência, reconhece esse crime e descreve seus tipos, tais como a violência moral: calúnia, difamação, injúria à honra da mulher; violência psicológica: intimidação, manipulação, ameaça, humilhação; violência física: ação ou omissão que ponha em risco ou cause dano a sua integridade física; e violência patrimonial: ato de violência que implique dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos, documentos pessoais, bens e valores. Em 2006, mais de dois milhões de mulheres de 10 a 49 anos de idade foram internadas nos hospitais do SUS; dessas, 233 mil em decorrência de aborto e 120 mil por causas violentas (BRASIL, 2007). O que mantém a violência contra a mulher é o medo de reagir à violência sofrida, silêncio das mulheres agredidas, a ligação afetiva entre a mulher e o agressor, vergonha dos familiares e amigos, o medo de perder o emprego, a dependência emocional e econômica do parceiro com quem vive. Precisamos, na rede pública, que os profissionais da saúde sejam capacitados a observar o comportamento e avaliar os sinais de agressão para prestar um atendimento humanizado, acolher e oferecer suporte a estas mulheres. Em relação ao climatério, este caracteriza-se por ser a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários (OLIVEIRA, JESUS e MERIGHI, 2008). As mulheres, assim, necessitam de uma assistência mais focalizada por parte das políticas públicas, em que haja campanhas que divulguem informações sobre este período especial que a mulher enfrenta. CONCLUSÕES: Enquanto acadêmicas e futuras profissionais da área da saúde, percebemos a

importância do aperfeiçoamento das políticas públicas de saúde, no sentido de tornar-se mais eficaz e abrangente no atendimento integral e humanizado à mulher em todas as fases da vida. Vale, ainda, ressaltar a necessidade de ser efetivada uma política que viabilize e garanta a melhoria do padrão de vida dos cidadãos brasileiros, principalmente da população feminina no que se refere ao acesso à saúde em seus diferentes níveis de complexidade. A partir da concretização desses ideais será possível vislumbrar uma significativa diminuição de suas vulnerabilidades, bem como das dificuldades e dos riscos a que estão sujeitas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. PAISM – Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

_____. Ministério da Saúde. Departamento de Monitoramento e Avaliação da Gestão do SUS. Painel Temático Saúde da Mulher. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília, 2007.

Disponível em <www.saude.gov.br> Acesso em 20 de out.2009.

____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

_____. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Saúde Materna. Brasília, 2009. Disponível em <www.pnud.org.br>, Acesso em 20 de out.2009.

MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5°. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

OLIVEIRA, Deíse Moura de, JESUS, Maria Cristina Pinto de, MERIGHI, Miriam Aparecida Barbosa. Climatério e sexualidade: a compreensão dessa interface por mulheres assistidas em grupo. Texto Cont Enferm., Florianópolis, v. 17, n. 3, jul./set. 2008. p. 519-526.

21. ENVELHECIMENTO E AIDS: REFLEXÕES DO ACOMETIMENTO DO HIV EM

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