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PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE À CRIANÇA COM DÉFICIT DE APREDIZAGEM CAUSADO PELA DESNUTRIÇÃO

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 145-148)

31 (RE) PENSANDO OS TRANSTORNOS ALIMENTARES

35. PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE À CRIANÇA COM DÉFICIT DE APREDIZAGEM CAUSADO PELA DESNUTRIÇÃO

Natália de Oliveira2 Diego Schaurich3 Adriana da Rosa Pereira2 Descritores: desnutrição infantil, aprendizagem, enfermagem.

INTRODUÇÃO: a desnutrição é um dos maiores problemas de saúde enfrentados por países subdesenvolvidos e/ou que estão em desenvolvimento, como conseqüência, torna-se responsável pelo baixo rendimento escolar. Nos primeiros anos de vida, é importante que a criança seja estimulada a desenvolver suas potencialidades, pois é neste período que uma alimentação equilibrada e sadia se faz necessária, sendo um dos diversos componentes para preparar uma base sólida para um crescimento e desenvolvimento satisfatórios, pois a nutrição é fator essencial aos seres humanos de forma global (FROTA, 2009). Segundo o autor supracitado, essa perspectiva torna-se necessária por estabelecer relações diretas a respeito dos agravos que podem comprometer o desenvolvimento físico, social, afetivo e psicomotor de uma criança, quando esta vivencia a falta do alimento ou possui uma alimentação inadequada. Na população infantil, o diagnóstico da deficiência energética através da avaliação da relação peso/altura é menos sensível uma vez que, com freqüência, sobretudo nos casos leves e moderados, a deficiência energética em crianças se expressa unicamente pelo retardo global do crescimento. Tal retardo, por outro lado, não é específico da deficiência energética das dietas, mas sim manifestação comum de virtualmente todas as deficiências nutricionais na criança, sejam decorrentes de outras deficiências na dieta, como as de proteína, vitaminas ou minerais, sejam originárias de práticas alimentares inadequadas e mesmo de processos infecciosos freqüentes (MONTEIRO, 1995). Muito se tem afirmado que a desnutrição é um dos mais graves problemas sociais do Brasil, já apontavam na década de 1990 que, cerca de 50% das crianças matriculadas nas primeiras séries do primeiro grau eram reprovadas em todo o Brasil (SAWAYA, 2006). Este autor ainda descreve que através de anamneses e testes psicodiagnósticos é possível avaliar o desenvolvimento intelectual, emocional, aprendizagem escolar e capacidades lingüísticas de uma criança e, dentre os fatores determinantes, a renda familiar merece destaque, pois está intimamente relacionada ao estado nutricional da criança, o que implica na sua qualidade de vida. OBJETIVO: refletir teórico e criticamente acerca de um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil, a desnutrição, que traz como uma das principais conseqüências o déficit de aprendizagem infantil, bem como ressaltar a importância do profissional enfermeiro na prevenção e intervenção do problema supracitado. METODOLOGIA: reflexão teórica - crítica fundamentada em documentos, livros, revistas e periódicos, ou seja, na literatura pertinente à temática. FUNDAMENTAÇÃO E DISCUSSÃO: a desnutrição invade o organismo da criança vagarosamente,       

1 Reflexão Teórica.

2 Acadêmicos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA.

3 Doutorando do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente Assistente do Curso de Enfermagem da UNIFRA.

mas de maneira agressiva, causando graves sinais e sintomas, que prejudicam a criança durante seu crescimento e desenvolvimento, levando a casos fatais quando não descoberta em tempo hábil e não tratada (FERNANDES, 2005). A patologia em questão ocorre na maioria das vezes, no início da vida da criança afetando seu crescimento e seu desenvolvimento orgânico, promovendo alterações estruturais, metabólicas e funcionais no organismo podendo provocar danos irreversíveis à saúde do indivíduo (MARAVILHA, 2004). As causas da desnutrição e suas conseqüências para o desenvolvimento infantil são analisadas de acordo com o grau de desnutrição, estrutura familiar e condições de vida da criança. Pode-se avaliar o estado nutricional em geral da criança, com características marcantes, tais como, déficit do peso, diminuição de estatura, redução de perímetro cefálico, posição defeituosa do corpo, palidez, redução do tecido adiposo, edema, diarréia crônica, constipação, anorexia, fadiga fácil e câimbras. Segundo Fernandes (2005), a desnutrição pode ser classificada em categorias e graus, de acordo com a percentagem de desvio de peso onde, abaixo da média do grupo, em 1º grau: desnutrição de 75 a 90%; 2º grau: desnutrição de 60 a 75% e 3º grau: desnutrição abaixo de 60%. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios/PNAD (2009), a prevalência da desnutrição caiu de 13,5% em 1996 para 6,8% em 2006 e 2007 e em todo o país, mais de 400 mil crianças atendidas pelo programa Bolsa Família estão desnutridas. A pesquisa indica ainda que 3,5 milhões de crianças morrem todos os anos por falta de comida ou por causa de uma alimentação precária, deficientes em vitaminas e minerais essenciais para o crescimento. A prevalência da desnutrição na população brasileira de crianças menores de cinco anos, aferida pela proporção de crianças com déficit de crescimento, foi de 7% em 2006. Crianças desnutridas apresentam limitações de aprendizagem, não respondendo adequadamente aos estímulos, reduzindo o interesse diante do ato de brincar e explorar o novo (FROTA, 2009). Buscando a compreensão da ação do enfermeiro no processo de interação com o paciente tornam-se necessários maiores estudos da desnutrição, a qual está vinculada às condições de vida da maior parte da população, ou seja, à pobreza, fome, falta de habitação, baixa renda salarial e analfabetismo, que afetam diretamente a criança principalmente quando ela não recebe uma dieta adequada quantitativa ou qualitativamente. Na população infantil, a mais vulnerável à desnutrição, destaca-se, entre as provas diagnósticas, por sua elevada sensibilidade, a avaliação do crescimento físico. Esta avaliação, como já se comentou, é capaz de indicar a ocorrência da desnutrição infantil independentemente dos fatores ambientais que a tenham originado. CONCLUSÃO: diante dos referenciais estudados, ficou constatada uma queda nos percentuais relativos à prevalência da desnutrição, porém, pesquisas indicam que, 3,5 milhões de crianças ainda morrem todos os anos por falta de comida ou por causa de uma alimentação precária, e isso se torna uma questão relevante para nós enquanto acadêmicos de enfermagem, visto que, é o profissional enfermeiro que mais está à frente das Unidades Básicas de Saúde e Setores de Urgência e Emergência, onde a desnutrição se manifesta e/ou se apresenta com maior freqüência. Com isso, torna-se nítido a importância de maiores estudos acerca da desnutrição infantil como causa do déficit no aprendizado e maior atenção aos sinais e sintomas característicos desta patologia às crianças que chegam para receber atendimento com os profissionais da enfermagem.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Pesquisa por Amostras de Domicílio – PNDA/IBGE. Disponível em www.ibge.gov.br Acesso em 05/11/2009.

FERNANDES, AAF. et al. - Carência nutricional: a interface com o cuidado de enfermagem. Curitiba, Instituto de Ensino Superior Pequeno Príncipe – IESPP, 2005.

FROTA, JF. Desnutrição na infância: uma questão social. Ed. Epub – São Paulo, 2003.

MARAVILHA, CA. et al. - A criança desnutrida: relato de caso. Arq. Apadec, 8 (supl.): Mai, 2004. MONTEIRO, CA. A Dimensão da pobreza, da fome e da desnutrição no Brasil. Estudos avançados 9 (24), Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP – São Paulo, 1995.

SAWAYA, SM. Desnutrição e baixo rendimento escolar: contribuições críticas. Estud. av. vol.20, n.58, São Paulo, 2006.

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 145-148)

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