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A IMPORTÂNCIA DA GERÊNCIA DO ENFERMEIRO FRENTE AOS CONFLITOS NO CENTRO CIRÚRGICO (CC) E RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 183-186)

MULTIPROFISSIONAL COM FAMILIARES DE POTENCIAIS DOADORES DE ÓRGAOS

46. A IMPORTÂNCIA DA GERÊNCIA DO ENFERMEIRO FRENTE AOS CONFLITOS NO CENTRO CIRÚRGICO (CC) E RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA

(RA)

1

Thiana Sebben Pasa2 Adelina Giacomelli Prochnow3

[4] Soeli Guerra4

*FIPE Júnior Descritores: Enfermagem de Centro Cirúrgico; Conflito (Psicologia) e Gerência.

INTRODUÇÃO: Com as mudanças tecnológicas que estão ocorrendo, a enfermagem passa por um processo de redefinição onde cabe a ela “assegurar seu papel e seu compromisso com a sociedade que, nesse momento, aspira por melhor qualidade na prestação da assistência à sua saúde” (AGUIAR, 2005). Assim, a gerência passa a ser considerada característica essencial para o enfrentamento dos desafios propostos na administração dos serviços de saúde. O Centro Cirúrgico (CC) de um hospital “constitui uma unidade fechada, de risco, repleta de normas e rotinas” (STUMM, 2006), tendo um lugar de destaque pela sua finalidade e complexidade. Sendo o CC um sistema integrante do macrossistema hospitalar, pode-se afirmar que a Recuperação Anestésica (RA) é subsistema formador deste sistema (GUIDO, 2003). Todo este contexto exige do enfermeiro além de conhecimento científico, habilidade técnica, estabilidade emocional e responsabilidade, que juntamente com o conhecimento de relações humanas, favorece a administração de conflitos, freqüentes no centro cirúrgico pelo fato deste se “constituir numa unidade fechada, de risco, repleta de normas e rotinas” (STUMM, 2006, p.465). Portanto, para que o enfermeiro consiga desempenhar suas atividades gerenciais, se faz necessário que o relacionamento e a dinâmica de trabalho entre os profissionais desta unidade, aconteçam de forma que cada profissional consiga desempenhar seu trabalho, proporcionando um atendimento resolutivo para o paciente. O enfermeiro atual necessita desenvolver a capacidade de negociação e tomada de decisão, que contribua para a qualidade na assistência. Para isso, este profissional deve desenvolver habilidades gerenciais e capacidade de utilizar instrumentos, que aliados à informação e conhecimento, irão produzir maneiras de se trabalhar com as novas situações impostas pelo ambiente. Isso tudo repercutirá nas atividades de organização e avaliação do processo gerencial do enfermeiro. OBJETIVOS: A partir das situações de conflitos que este ambiente pode gerar percebe-se a importância de se interpretar como os conflitos se manifestam na ação gerencial dos enfermeiros de Centro Cirúrgico (CC) e Recuperação Anestésica (RA) diante da equipe multiprofissional do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) e analisar as formas de enfrentamento (ações/reações) dos enfermeiros frente aos conflitos.       

1 Projeto de Pesquisa.

2 Acadêmica do 5º semestre do Curso de Enfermagem da UFSM. Bolsista FIPE Jr

3. Enfermeira. Professora Doutora Adjunta do Departamento de Enfermagem da UFSM-RS. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM.

METODOLOGIA: Caracteriza-se como uma pesquisa do tipo exploratório-descritiva, que percorre uma trajetória metodológica da pesquisa qualitativa, que foi desenvolvida no Centro Cirúrgico e Recuperação Anestésica do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). A população alvo deste estudo foram 10 enfermeiros, que atuam no CC e RA, nos três turnos de serviço e que aceitaram participar, mediante a assinatura do termo livre e esclarecido. Para a obtenção de dados mais fidedignos foram selecionados como instrumentos de coleta dos dados, primeiramente a observação sistemática não-participante seguida, posteriormente da aplicação de uma entrevista padronizada contendo questões abertas e fechadas, por se entender que este instrumento pode elucidar o problema de pesquisa e possibilitar o alcance dos objetivos propostos por esse estudo. RESULTADOS: Os conflitos estão sempre presentes nas organizações seja de forma sutil ou explicita e são inerentes a existência de grupos diferenciados, a interdependência de tarefas e ao compartilhamento de recursos (ALMEIDA, 2007). Nas organizações de saúde, como o hospital, esse cenário não é diferente, no qual muitas vezes se convive com escassez de recursos materiais e humanos e diversidade de profissionais, criando um ambiente propício para o surgimento de disparidades. Nas locuções dos enfermeiros ficou evidente que sua práxis no CC é permeada de situações conflituosas, pois o ambiente proporciona um convívio mais intenso dos enfermeiros com outros profissionais, exigindo uma interação continua, o que pode levar a divergências e insatisfações, desencadeando fatores geradores de conflitos (STUMM, 2006). Os enfermeiros acabam se tornando mediadores entre os interesses dos pacientes, que estão ali internados, classe médica e dos interesses institucionais, experenciando conflitos variados na tentativa de desempenhar seu papel de gerente voltado para a manutenção de um serviço de qualidade e assistência integral do paciente. A partir das entrevistas percebeu-se que apesar da maioria dos enfermeiros considerarem que os conflitos são ruins, há os que consideram que o conflito é inerente à existência das organizações, e por isso precisa ser explorado para que traga alguma contribuição no crescimento do trabalho de grupo. Conforme Kurcgant (2005) os efeitos negativos dos conflitos estão relacionados à forma destrutiva de como se lida com eles, por mais que os efeitos negativos se sobrepõem aos positivos, mesmo assim, podemos considerar como um dos efeitos benéficos à oportunidade de incrementar o entendimento das diferentes perspectivas de análise dos problemas. Portanto, a reação da equipe frente aos conflitos é uma questão fundamental a se considerar no gerenciamento do enfermeiro. Este deve desenvolver habilidades de articulação, para que os conflitos gerados pela rotina não interfiram de forma negativa no ambiente de trabalho. Alguns enfermeiros percebem o conflito como inerente à existência das organizações, e por isso precisa ser explorado para que traga alguma contribuição no crescimento do grupo de trabalho. Ficou explicito a consciência dos enfermeiros em procurar manejar os conflitos logo nos primeiros instantes que surgem, impedindo que o mesmo seja internalizado ou sentido, levando a um desfecho melhor. CONCLUSÃO: Os conflitos fazem parte da natureza humana, são inerentes as relações interpessoais, e estão presentes na nossa vida pessoal e profissional. Desta forma, isso repercute nas organizações de saúde, onde além de conviver com limitações de recursos materiais e humanos, se constitui numa arena de confrontação de culturas individuais, de cada profissional e também da cultura organizacional. Pelo

fato de o CC e a RA serem possuidores de características como um ambiente fechado, de acesso restrito, variedade de especialidades, no qual as relações acontecem de maneira mais intensa. Isso tudo contribui para que este ambiente seja propício para o desenvolvimento de conflitos. Neste contexto, verificou-se que a práxis do enfermeiro de CC e RA é permeada por situações conflituosas, envolvendo aspectos relacionados à equipe de trabalho, entendida como um todo, e também a questões estruturais. A preocupação o manejo adequado do conflito foi outro ponto importante a ser evidenciado. Além disso, o reconhecimento, por parte dos enfermeiros, de que o conflito é um fenômeno esperado nas instituições, principalmente nas de saúde, reflete a incorporação de novas tendências administrativas no processo gerencial deste. Isto se constitui num grande passo para a mudança de paradigmas, que levarão a novas formas de relacionamento, proporcionando um ambiente de trabalho favorável para o desenvolvimento das atividades de todos os profissionais envolvidos no cuidado ao paciente. Espera-se que este estudo sirva como subsídio para os enfermeiros refletirem sobre sua prática profissional, principalmente em relação ao seu exercício gerencial. Evidenciando a resolução de conflitos baseada em princípios científicos, na busca por soluções racionais e coerentes, em que todos sejam beneficiados ou tenham ambos os, seus propósitos adquiridos, caso contrário à situação conflituosa pode reincidir de forma mais intensa, acarretando maior desgaste nas relações entre os profissionais.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, A. B. et al. Gerência dos Serviços de Enfermagem: um estudo bibliográfico. Revista Eletrônica de Enfermagem, v.07, n. 03, p. 319-327, 2005.

ALMEIDA, P. J. S. O conflito no processo de trabalho da equipe de emergência (Dissertação), Florianópolis: UFSC, 2007.

GUIDO. L. A. Stress e Coping entre Enfermeiros de Centro Cirúrgico e Recuperação Anestésica. Tese ( Doutorado em Enfermagem). Universidade de São Paulo: Escola de Enfermagem, São Paulo, 2003.

KURGCANT, P. Gerenciamento em Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

STUMM, E. M. F.; MACALAI, R.T.; KIRCHNER, R.M. Dificuldades enfrentadas por enfermeiros em um centro cirúrgico. Revista Texto&Contexto, Florianópolis, v.15, n.3, p 464-471, 2006.

47. CARACTERIZAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS NA SALA DE

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