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REFLEXÕES DO CUIDADO DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO E FAMILIARES

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 180-183)

MULTIPROFISSIONAL COM FAMILIARES DE POTENCIAIS DOADORES DE ÓRGAOS

45. REFLEXÕES DO CUIDADO DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO E FAMILIARES

Tauana Reinstein de Figueiredo1

Hilda Maria Medeiros 2

Diego Schaurich 2 Descritores: Enfermagem, Família, Recém-Nascido.

INTRODUÇÃO: A separação causada por algum tipo de enfermidade entre pais e recém-nascidos (RN) é extremamente dolorosa para ambos, aflorando sentimentos de perda, raiva, punição, culpa, além da angústia de ficar longe do filho. Para Cunha (1995, p.5) “no decorrer da gestação os pais preparam-se psicologicamente para a espera de uma criança saudável desenvolvendo diversas expectativas ao nascimento do filho”. Ficar longe do filho que acaba de nascer é uma situação inesperada, e quando isso ocorre, surgem sensações negativas. A hospitalização do RN Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI neonatal) acaba, muitas vezes, por romper o vínculo afetivo do RN com sua família, além de ser uma circunstância que produz ansiedade que pode dificultar no tratamento. A família passa a ver o RN internado como pertencendo à equipe e acaba se tornando cada vez mais amedrontada para estabelecer um contato mais intimista (RODRIGUES, 2000). Com isso, pode-se observar nos familiares durante todo esse processo de reabilitação do RN, sinais de ansiedade que se manifestam por meio de alteração da tonalidade da voz, inquietação, irritabilidade, também podendo expressarem-se de forma hostil e agressiva com a equipe de enfermagem. Porém, quando ocorre um cuidado especial com a família, nota-se que a mesma se torna mais encorajada, contribuindo de forma positiva no cuidado com RN, fortalecendo a interação pais e equipe de enfermagem. Para amenizar os diversos sentimentos vivenciados pelos pais, a equipe de enfermagem, deve estar ciente e preparada para cuidar do RN e seus familiares conforme suas necessidades, considerando a família como parte integrante desse contexto. Diante desta realidade, questiona-se em como os profissionais de enfermagem estão preparados para cuidar do RN prematuro internado em uma UTI neonatal e seus familiares? OBJETIVO: Esta pesquisa teve como objetivo refletir sobre o cuidado de enfermagem ao RN prematuro e seus familiares. METODOLOGIA: Trata-se de uma reflexão teórico-crítica, fundamentada por meio da literatura pertinente a temática. Este estudo reflexivo trata de um levantamento de bibliografias, com a finalidade de inserir o pesquisador no contato direto com tudo que foi escrito sobre determinado assunto (LAKATOS; MARCONI, 1999). O levantamento bibliográfico foi realizado no segundo semestre de 2009, em periódicos e livros da Área da Saúde. A busca por tais documentos foi realizada por meio da análise dos volumes disponíveis na biblioteca do Campus I do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. Foi utilizada a Internet como meio de busca eletrônica para enriquecer o levantamento da bibliografia disponível. RESULTADOS: A prematuridade é um dos grandes problemas de saúde pública, contribuindo significativamente para morbimortalidade infantil, principalmente em países em desenvolvimento. Contudo a mortalidade perinatal que compreende os óbitos fetais (mais de 500g ou 22 semanas de gestação) e os neonatais precoces (ocorridos com até

06 dias completos de vida) é reconhecida como um indicador sensível de avaliação da qualidade da assistência materna e neonatal, constituindo um grave problema de saúde materno-infantil (GOMES, 2005). Neste sentido, destaca-se a relevância de políticas públicas voltadas ao RN prematuro e seus familiares, por meio de programas de educação voltados a realidade de cada região. A separação do RN de seus pais que muitas vezes, acontece de forma abrupta, pela necessidade de internação como em casos de prematuridade, aflora uma desestrutura familiar. O fato de ter filhos prematuros é uma situação intensamente estressante para os pais, mesmo quando lhes é permitida a aproximação com o filho (KLAUS; KENNEL; 1990). Assim, a interação entre equipe de enfermagem, RN e pais é essencial para a recuperação do RN e adaptação de ambos a situação vivenciada. Outro desafio importante para quem cuida o RN doente e seus pais é o fato de experienciar situações de luto frente à perda de um filho. Desta forma, resgatar o parto e o nascimento como momentos especiais e de grande valor social para as mulheres, seus bebês e sua família, precisam ser valorizados como elementos centrais para a humanização (CASANOVA, 2002). O RN ao ser admitido em uma UTI neonatal é assistido por uma equipe multidisciplinar, dependendo de suas necessidades e dos recursos humanos existentes na instituição. O enfermeiro encontra-se em posição estratégica quanto aos demais profissionais da equipe, pois é ele que está mais próximo ao RN e da família, o qual possui uma visão ampla das necessidades de saúde. Para Gomes (1996) os pais ao conviverem com o filho na UTI neonatal vivenciam um processo doloroso e conflituoso, pois se vêem responsáveis pela proteção do filho. Mas, despreparados para enfrentar este modo de ser pai ou mãe de um filho que exige cuidados especiais, acreditando serem os culpados pelo sofrimento do filho tão idealizado. Nesse sentido, a enfermagem nas unidades neonatais deve facilitar as oportunidades de contado precoce entre pais e RNs prematuros, visando estabelecer o vínculo e apego, tendo em mente que esse é um processo gradual que pode levar mais tempo do que os primeiros dias ou semanas do período pós-natal. Cuidar de RN prematuro é tarefa que exige um cuidado voltado as necessidades físicas e emocionais, tanto do RN como de seus familiares, sendo o profissional de enfermagem o gerenciador deste processo, precisando ter paciência, confiança, humildade, e acima de tudo, gostar de cuidar de criança, pois cada neonato é único, com sua história pregressa. Com cada RN e seus familiares aprende-se formas diferentes de cuidar (Mayeroff, 1971). O cuidado requer competência humana, considerando as necessidades dos que estão recebendo, tendo como base o relacionamento, o diálogo, o preocupar-se com o outro. O elo entre a equipe de enfermagem e pais do RN favorece a adaptação de ambos no ambiente em que estão inseridos, proporcionando aos familiares não serem espectadores passivos da situação, mas passarem a agentes atuantes no cuidado do filho. O enfermeiro ao perceber a falta de interação entre pais, RN e equipe de saúde, deve atentar para algumas iniciativas de humanização do cuidado na UTI neonatal, auxiliando na aproximação dos pais ao filho, o que favorecerá a recuperação e a aceitação dos pais frente a situação de ter o filho doente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se, que a equipe de enfermagem precisa apresentar comprometimento no cuidado ao RN prematuro e sua família, pois doar-se a alguém por meio do cuidado, exige sentimento de amor e ternura, que devem ser realizados de forma única, uma vez que cada ser humano é único, indivisível em seu modo de ser e pensar. Salienta-se a

relevância dos acadêmicos de enfermagem, assim como os profissionais que atuam na assistência estarem atualizados e preparados técnica e cientificamente para realizar um cuidado de excelência ao RN e seus pais, além de elaboração e implementação de ações e políticas públicas na área, desenvolvendo e implementando o cuidado do RN e de seus pais.

REFERÊNCIAS

CASANOVA LD. Humanização das Unidades Neonatais. In: Segre CAM. Perinatologia: fundamentos e prática. São Paulo: Sarvier, 2002, p. 866-869.

CUNHA, S.R. A enfermeira e a mãe na terapia intensiva: A intermediação dos saberes. Orientador: Doutora Ivone Evangelista Cabral. Rio de Janeiro: UFRJ / EEAN, 119 p. 1995. Dissertação.

(Mestrado em Enfermagem) – Escola de enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 1997.

GOMES, M.A.S.M.; LOPES, J.M.A.; MOREIRA, M.E.L. Assistência e mortalidade neonatal no setor público do Município do Rio de Janeiro, Brasil: uma análise do período 1994/2000. Cad.

Saúde Pública [online]. 2005, vol.21, n.4, pp. 1269-1277

GOMES, M.M.F. O nascimento de uma criança de alto risco: significado e vivência dos familiares. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, V.9, n. especial, p.47 – 56 1996.

KLAUS, M.H.; KENNELL, J.H. Assistência aos pais. In: Klaus, M.H.; FANAROFF, A.A. Alto risco em neonatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1990.Cap. 7, p.134 – 154.

LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico. 4ª edição. São Paulo: atlas, 1999.

MAYEROFF, M. A arte de servir ao próximo para servir a si mesmo. Rio de Janeiro: Record. 1971.

RODRIGUES, E. C. Conhecer para cuidar. O desafio dos pais de bebê prematuro na educação dialógica intermediada pela enfermeira. Orientadora: Ivone evangelista Cabral. Dissertação (Mestrado em enfermagem). Rio de Janeiro: UFRJ/ RJ. EEAN. 2000

46. A IMPORTÂNCIA DA GERÊNCIA DO ENFERMEIRO FRENTE AOS

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