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SENTIMENTOS DESPERTADOS NOS EDUCADORES QUE ATUAM COM A INCLUSÃO SOCIAL VISÃO DE UMA ACADÊMICA DE ENFERMAGEM

No documento ANAIS SEMINARIO BIOETICA 21 12 (páginas 33-36)

Resumos dos trabalhos

2. SENTIMENTOS DESPERTADOS NOS EDUCADORES QUE ATUAM COM A INCLUSÃO SOCIAL VISÃO DE UMA ACADÊMICA DE ENFERMAGEM

Adriana da Rosa Pereira2 Cláudia Zamberlam3

Descritores: inclusão escolar, saúde dos professores, enfermagem.

INTRODUÇÃO – As pesquisas em saúde têm contribuído para a melhoria do atendimento às pessoas bem como aponta caminhos para a melhora dos cenários de cuidado em que os profissionais estão inseridos. Neste ínterim, as pesquisas na área de saúde têm a finalidade de entender o processo saúde doença e os aspectos que melhor se relacionam com o cuidado que deve ser prestado aos diferentes profissionais. Neste contexto, há uma preocupação enquanto acadêmica de enfermagem compreender e investigar sentimentos despertados nos profissionais educadores que atuam diretamente com questões relativas à inclusão social. Para isso, é fundamental o olhar estratégico e integral da enfermagem no que tange buscar soluções, juntamente aos educadores, no intuito de promover a saúde destes, visto que estão susceptíveis ao desencadeamento de morbidades de cunho orgânico e psíquico, buscando uma solução para que se mantenha íntegra a saúde destes profissionais. Neste contexto, Lourenço e Bertani (2007) afirmam que muitas vezes a precariedade das condições trabalhistas, a violação dos direitos, a insegurança no posto de trabalho e de seu ambiente, o aumento do ritmo da produção e as exigências da rotina interferem na saúde dos trabalhadores e também no modo de pensar, agir e sentir. Diante do exposto acima e na tentativa, enquanto acadêmica, de investigar e contribuir com os profissionais da educação emerge a seguinte questão norteadora para esta pesquisa: Quais os sentimentos despertados pelos profissionais educadores que trabalham com a inclusão social? Este questionamento, se respondido, pode propiciar esclarecimentos sob a ótica da enfermagem e assim, corroborará com a promoção e prevenção de comorbidades e morbidades relacionadas com o trabalho destes profissionais. Entende-se que a carga psíquica dos trabalhadores que atuam diretamente com a inclusão social deva ser um tanto quanto diferenciada dos demais, pois engloba além dos fatores sociais, os culturais, genéticos e ambientais. Neste constructo a enfermagem insere-se como um elo entre o educador, o portador de uma deficiência e a sociedade, elo este, que promove aptidões e transcende ações para a melhor qualidade de vida. OBJETIVO – refletir teórica e criticamente acerca dos sentimentos despertados nos profissionais da educação que trabalham com a inclusão social METODOLOGIA – reflexão teórica - crítica fundamentada em documentos, livros, revistas e periódicos, ou seja, na literatura pertinente à temática. RESULTADOS – Não tem sido fácil pensar sobre a inclusão, até porque não existe meia inclusão. Ou se defende a inclusão concordando com todos seus princípios ou não se defende a inclusão. Para Werneck (1997), o movimento pela       

1 Reflexão teórica

2 Acadêmicos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. 3 Docente Assistente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA.

sociedade inclusiva é internacional. Há regras bem definidas. Foi divulgado pela primeira vez no ano de 1990 pela Resolução 45/91, da Assembléia Geral das Nações Unidas, onde defendia uma sociedade para todos. Essa sociedade para todos, consiste da diversidade da raça humana, onde estaria estruturada para atender às necessidades de cada ser humano, das maiorias às minorias, dos privilegiados aos marginalizados. Crianças, jovens e adultos com deficiência seriam naturalmente inseridos na sociedade inclusiva, definida pelo princípio: “todas as pessoas têm o mesmo valor”, e assim, trabalhariam juntas, com papéis diferenciados, dividindo iguais responsabilidades por mudanças desejadas para atingirem o bem comum. O programa de educação inclusiva tem como base tornar a educação acessível a todas as pessoas e com isso atender as exigências de uma sociedade que vem combatendo preconceitos, discriminação, barreiras entre indivíduos, culturas e povos. Ramos (2005) faz um breve histórico da deficiência no mundo, que aponta para uma triste realidade, cujos fatos revelam longo período de exclusão. O autor supracitado descreve que Benjamin Rush, médico norte-americano do fim da primeira década do século XVIII, foi um dos pioneiros na introdução do conceito de educação de pessoas deficientes. Nos Estados Unidos, até 1800, os alunos com deficiência não eram considerados dignos de educação. Ao longo do tempo, apesar de iniciativas, não houve grandes evoluções dos programas de educação para pessoas com deficiência. Somente no início do século XX começaram a surgir escolas que eram destinadas as pessoas com necessidades especiais. Em muitos lugares do mundo surgiram escolas para surdos, cegos e portadores de outras deficiências. Em uma perspectiva um pouco mais avançada, a educação pública criou as chamadas “classes especiais”, que, embora dentro das escolas regulares, eram destinadas a alunos portadores de deficiências, sobretudo de aprendizagem (RAMOS, 2005). Para Ramos (2005), a autonomia intelectual torna-se relevante como conhecimento, noção a ser assumida principalmente pelos professores que ainda acreditam que é possível existir uma classe que seja homogênea onde todos possam aprender as mesmas coisas ao mesmo tempo. É preciso, portanto, em uma perspectiva didática inclusiva, considerar os diferentes modos e tempos de aprendizagem como um processo natural dos indivíduos, sobre tudo àqueles com evidentes limitações físicas ou mentais (FELTRIN, 2004). Feltrin (2004) aponta que muitos professores lutam contra a falta do próprio preparo e formação, outros ainda vivem fazendo-se de artistas, buscando enfrentar situações inesperadas, sozinhos, sem encontrarem eco ou apoio nos colegas ou na estrutura, tanto da escola como do sistema, quando existe. Na escola, o educador enfrenta o aluno, a instituição, o sistema, e a sociedade. Conspiram contra ele as dificuldades econômicas, falta de recursos, equipamentos didáticos, má vontade e falta de estímulo do sistema e autoridades, os alunos negligentes, arrogantes e desinteressados, a incompreensão de diretores e dos próprios pais. Além disso, a sociedade costuma lançar sobre a escola e o professor a culpa de todos os problemas sociais. O interessante de toda esta história, é que o professor/educador, feito de uma fibra especial, é teimoso, pois resiste incansavelmente. E, enquanto isso vai renovando suas forças, pois são muitas as alegrias colhidas durante uma vida de trabalho árduo. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei 9.394 de 20.12.1996) vem tentando quebrar a hegemonia de matérias seculares e abrir horizontes para que os profissionais e instituições tenham condições de criar, inovar

e atender a enorme e diversificada população que vai a procura das escolas. No entanto, sempre houve sérias dificuldades impostas aos docentes. De um lado vem à dificuldade de formação acadêmica e as poucas chances que este profissional encontra em sua necessidade de se atualizar, de outro lado, vem a incompetência dos poderes públicos aliada à grande extensão territorial, comum a diversidade muito grande de culturas e condições sócio-econômicas, o descaso e o pouco valor que é dado ao trabalho do professor e de toda a educação (FELTRIN, 2004). CONCLUSÃO – diante dos achados acerca da temática supracitada, conclui-se que a inclusão social foi “imposta” aos educadores de forma surpresa, visto que, estes profissionais não estavam preparados para lidar com questões éticas somada a sua excessiva e estressante carga horária de trabalho com uma turma de inúmeros alunos de diferentes patologias, sendo que em sua formação não existe suporte para tal. Este assunto deve ser mais abordado e discutido com secretarias de educação, famílias, comunidades, grupos de inclusão social, profissionais da área da saúde e, principalmente os educadores que estão no dia-a-dia com estes inclusos, para que se chegue a um comum acordo acerca desta temática que ainda causa estranhamento em relação a sua forma como foi imposta sem ter sido ao menos levado em conta os sentimentos dos educadores que corroboram com o tema exposto. É de importância também destacar que, nós, enquanto acadêmicos de enfermagem devemos sim nos preocupar com o bem-estar destes profissionais assim, como demais, para que só dessa forma possamos ter um aumento na qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Resolução n° 196/96. Pesquisa em seres humanos. Revista Bioética. Abr/Jun, 1996. CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativos, quantitativo e misto / John W. Creswell, tradução Luciana de Oliveira da Rocha. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

FELTRIN, Antônio E. Inclusão Social na escola: quando a pedagogia se encontra com a diferença. São Paulo: Paulinas, 2004.

GIL, Antônio C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

LOURENÇO, Edvânia. A. S.; BERTANI, Iris, F. Saúde do trabalhador no SUS: desafios e perspectivas frente à precarização do trabalho. São Paulo: Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 2007.

RAMOS, Rossana. Passos para a inclusão. São Paulo: Cortez, 2005.

WERNECK, Cláudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

3. A “GERAÇÃO C”, SUBJETIVIDADE E OS DISCURSOS MIDIÁTICOS SOBRE O

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